Ministro da Defesa não teme tensão nas Forças Armadas devido à redução de efetivos
O ministro da Defesa Nacional, Aguiar Branco, afirmou este sábado não temer "absolutamente nenhuma tensão" nas Forças Armadas devido à decidida redução de efetivos, porque a reestruturação foi "trabalhada em conjunto".
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"Quer no que diz respeito às promoções que aconteceram, quer no que diz, agora, respeito à redução [de efetivos] até 2013, sobretudo até a nível de oficiais generais, foi trabalhada em conjunto com as chefias militares e, portanto, não temo absolutamente nenhuma tensão a esse propósito", disse Aguiar Branco à margem da inauguração da 39.ª edição da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.
Segundo a reestruturação aprovada na quinta-feira em conselho de ministros, as Forças Armadas vão ter de reduzir os seus quadros permanentes em 230 efetivos até dezembro de 2013, eliminando 11 postos de oficial-general, que passam de 78 para 67.
O diploma aprovado na quinta-feira revoga o decreto-lei de 2009, que fixava em 18.538 os efetivos das Forças Armadas a partir de janeiro de 2013, e estende o prazo até ao final desse ano, mas apontando para um quadro de 18.308 militares nos três ramos (Exército, Marinha e Força Aérea).
Segundo explicou o ministro, "há dois momentos na reestruturação das Forças Armadas: um mais profundo, que está a ser trabalhado com as chefias num âmbito mais alargado; e esta redução intercalar, que visa fixar os efetivos até ao final de 2013, com uma redução significativa, de cerca de 14 por cento, ao nível dos oficiais generais, e que foi trabalhada em conjunto com as chefias militares".
"Portanto, há um trabalho conjunto entre o ministro da Defesa e as chefias militares em tudo o que está a acontecer na reforma das Forças Armadas. Quando digo que as reformas não são feitas contra, mas são feitas com, dentro de uma linha firme e sólida, mas envolvendo os principais interessados, depois pratico", sustentou Aguiar Branco.
Questionado pela agência Lusa sobre as críticas de várias associações de alunos relativamente à fusão, em estudo pelo Ministério da Defesa, dos estabelecimentos militares de ensino, o ministro disse encará-las "com naturalidade".
"Quando se faz uma reforma ou se toma alguma decisão que vise estruturalmente mudar o que é preciso mudar naturalmente há a quem agrade e a quem desagrade, é impossível fazermos uma reforma que agrade a toda a gente", disse, acrescentando que "faz parte da democracia".
Segundo adiantou na quinta-feira à Lusa fonte da tutela, o Ministério da Defesa está a realizar um estudo para reorganizar os estabelecimentos militares de ensino, prevendo-se que no ano letivo de 2015/2016 as três instituições - Colégio Militar, Instituto dos Pupilos do Exército e Instituto de Odivelas - funcionem em conjunto.