O antigo vice-presidente do CDS-PP Nobre Guedes recusou, este sábado, ser crítico da liderança de Paulo Portas, que considerou "inquestionável", defendendo que o Congresso do partido deve servir para discutir "ideias boas para o futuro de Portugal".
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"A única coisa que importa é se do Congresso do CDS-PP saem ideias boas para o futuro de Portugal e dos portugueses, para sair do drama em que a esmagadora maioria dos portugueses vivem", afirmou Luís Nobre Guedes.
À chegada ao XXV Congresso centrista, que começou este sábado em Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro, Nobre Guedes reiterou que a liderança de Paulo Portas "sendo inquestionável", pode sempre receber "um contributo" para ser melhor.
Nobre Guedes, que é o candidato da tendência Alternativa e Responsabilidade (AR) para liderar uma lista ao Conselho Nacional, continua a fazer depender essa candidatura do facto de o atual presidente daquele órgão, António Pires de Lima, não continuar.
"Continuo a pensar exatamente o mesmo e acho que esse problema está resolvido às oito da noite", disse, negando ter recebido qualquer sinal de Pires de Lima nesse sentido.
Nobre Guedes recusou ser crítico da liderança e da direção, sublinhando, ter sido, aliás eleito delegado numa lista de Paulo Portas.
"O abraço está dado, não há problemas nenhuns", afirmou, numa referência ao abraço a Paulo Portas com que terminou a sua intervenção no último Congresso, em Viseu.
"Há sempre abraços entre amigos", acrescentou.
Sobre o seu apoio à moção da tendência do AR, adiantou apenas que, entre duas moções entendeu que havia uma que correspondia aquilo que pensava.
Nobre Guedes considerou que o esclarecimento que Paulo Portas prestará sobre a crise política é "secundário", reiterando que o mais importante é discutir "boas ideias" para o país.
"Não contem comigo para aumentar o coro daqueles que criticam o Governo, não é para isso que vim aqui, vim aqui para dizer o que eu acho que pode ou deve ser feito para Portugal ser substancialmente que tem sido nos últimos anos, não no último Governo", afirmou.
Nobre Guedes remeteu para a sua intervenção no Congresso o que pensa sobre o guião da reforma do Estado, apresentado por Paulo Portas, enquanto vice-primeiro-ministro.
O ex-ministro do CDS-PP considerou ainda "extemporâneo" discutir uma coligação pré-eleitoral com o PSD para as eleições legislativas, afirmando, por outro lado, que, quanto às europeias, a matéria está "decidida", ao ser defendida essa aliança na moção de Paulo Portas.