O líder parlamentar do BE considerou, esta segunda-feira, que os números do Instituto Nacional de Estatística são "a confirmação do desastre" e deviam levar o Governo a "deixar de uma vez por todas" o "dogma da austeridade".
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Pedro Filipe Soares, que falava aos jornalistas na Universidade de Aveiro, à margem de um encontro no âmbito das jornadas parlamentares do BE, assinalou que os dados do INE mostram que "o país em 2012 encolheu, naquilo que é a riqueza nacional, cinco mil milhões de euros".
O INE confirmou hoje que no ano passado a economia portuguesa sofreu a mais profunda recessão desde 1975, atingindo os - 3,2% do Produto Interno Bruto.
Na segunda estimativa para o PIB do quarto trimestre de 2012, o INE confirma os resultados apresentados a 14 de fevereiro, revelando que a economia apresentou um dos piores resultados da história, quando em termos anuais o PIB caiu 3,2%, encontrando um registo anual mais negativo apenas em 1975, com dados que não são inteiramente comparáveis.
Este é o pior resultado da série longa do INE que remonta a 1996, e o segundo pior da história quando considerada a série longa do Banco de Portugal, surgindo um resultado mais negativo apenas no ano de 1975, quando a recessão atingiu os 5,1%.
Para o deputado do BE, "estes números demonstram o desastre que tem sido esta governação".
"Um Governo que nos diz que tem mais cortes na manga, mais quatro mil milhões de euros para cortar, é um Governo que não percebe o que está a acontecer ao país", disse.
O presidente da bancada bloquista defendeu que "querer empobrecer ainda mais é inaceitável" e que "o aumento do desemprego, do número de falências, a recessão que leva em 2012 mais de cinco mil milhões de euros da riqueza que produzimos" devia levar a uma inversão do executivo.
Soares afirmou que com "esta confirmação do desastre" o Governo devia reconhecer "que este caminho não tem saída" e "tem de ser alterado", deixando "de uma vez por todas de lado o dogma da austeridade".
O presidente do grupo parlamentar do BE considerou que o país precisa de adotar "políticas que o façam ficar mais rico e não mais pobre" e de fomentar o emprego e o crescimento.