As propostas de Plano e Orçamento da Madeira para 2014 foram aprovadas com os votos favoráveis da maioria do PSD e do deputado independente, num debate marcado pela retirada à força do deputado do PND da bancada do executivo.
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O episódio foi censurado nas várias intervenções dos partidos da oposição que votaram todos (PS, CDS, PTP, PCP, MPT, PND e PAN) contra as propostas na generalidade.
O deputado do CDS/PP-M José Manuel Rodrigues considerou que "este Orçamento não é mais do que um ato de gestão da massa falida de uma Região que entrou em insolvência e teve de pedir ajuda à República" e um "apêndice do Orçamento de Estado".
Para Vítor Freitas (PS), o incidente com o deputado do PND evidencia "a queda e morte de um regime e o suicídio político do governo [Alberto João Jardim] e do PSD".
José Manuel Coelho (PTP) acusou o Governo Regional de vir "esconder a situação real da Madeira e das suas contas", argumentando que a governação Jardim lançou na "miséria milhares de madeirenses" e aproveitou "ao milímetro os milhões da União Europeia e da República".
Edgar Silva (PCP) prescindiu de proferir a intervenção que tinha preparado e pediu que o uso da palavra figurasse como uma declaração de voto contra a forma como os funcionários da Assembleia agiram contra o deputado do PND, aproveitando a "oportunidade para lamentar a mais vil demonstração de prepotência de que há memória, a mais nauseabunda forma de descredibilização da autonomia e da democracia".
Helder Spínola (PND) considerou que as propostas de Orçamento e Plano "metem os pés pelas mãos e tentam justificar o injustificável", criticando o Governo Regional por exigir sacrifícios ao povo mas "ao mesmo tempo gozar ao entregar mais 15 milhões de euros aos clubes, mais 12 milhões de euros à competição desportiva, mais 13 milhões de euros ao Jornal da Madeira e mais de 5 milhões de euros aos partidos".
Para Roberto Vieira (MPT), "este Orçamento serve para corrigir erros, irresponsabilidades, ou melhor, aldrabices do PSD-Madeira (...) não tem estratégia e é um rol de dívidas que para serem pagas exige o esvaziar os bolsos do povo da" Madeira"
Rui Almeida, do PAN, disse discordar do Orçamento e Plano por perpetuar "um modelo de economia de mercado".
Já o deputado independente (ex-PSD) José Pedro Pereira defendeu ser "hora dos verdadeiros autonomistas unirem-se contra um Governo da República que rouba os madeirenses e não assume as suas responsabilidades".
Por seu turno, o líder parlamentar do PSD-M declarou que a oposição apresentou propostas "demagógicas e irrealizáveis no atual contexto (...), incoerentes, demagógicas e desonestas que vêm no sentido de aumentar as despesas correntes e diminuir as receitas"
"Estamos perante um Plano e Orçamento que no seguimento ideologia social-democrata privilegia a saúde, educação e emprego (...), fundamental para prosseguir a luta pelo emprego, o desenvolvimento social, económico e bem-estar de todos os madeirenses", opinou Jaime Ramos, dizendo ainda que "o povo do continente roubou a Madeira durante mais de 500 anos".