O primeiro-ministro concordou, este domingo, com o presidente da República que defendeu uma desvalorização do euro face ao dólar, considerando que um euro menos valorizado poderia trazer, do ponto de vista económico, mais exportações e competitividade para toda a Europa.
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Pedro Passos Coelho falava aos jornalistas à margem da festa distrital do PSD de Vila Real, que juntou nas Pedras Salgadas, concelho de Vila Pouca de Aguiar, algumas centenas de militantes e simpatizantes social democratas.
"O presidente da República fez uma constatação, irónica até, porque toda a zona vive uma instabilidade financeira grande, mas apesar disso é factual que o euro está bastante apreciado relativamente ao dólar. Não há dúvida que um Euro menos valorizado poderia trazer, do ponto de vista económico, mais exportações e competitividade para toda a Europa", afirmou o governante.
Cavaco Silva declarou sábado, no final de uma visita a Caminha, que "gostaria que o euro fosse mais fraco, para que os países da Zona Euro fossem mais competitivos", desejando que "o dólar se valorizasse um pouco mais" em relação à moeda europeia.
O Chefe de Estado referiu que "quando o euro começou um euro valia 1,16 dólares, depois baixou e chegou a valer apenas 0,82 dólares, e agora um euro é um 1,42 ou 1,43 dólares e, portanto, é a moeda mais forte de todo o mundo".
Passos Coelho referiu que o presidente da República se limitou a "constatar um facto" que "acompanha", considerando que o chefe de Estado não "não tinha qualquer intenção, evidentemente de dar indicações sobre o que é o Banco Central Europeu devia fazer nessa matéria".
Isto porque, frisou, a política monetária é independente e respeita ao Banco Central Europeu.
"Se o euro não estivesse tão forte em relação ao dólar, porventura a economia europeia não estaria em situação tão vulnerável como hoje se apresenta em termos financeiros", sublinhou.
Questionado ainda sobre as críticas ouvidas nos últimos dias relativamente à acção da chanceler alemã, Angela Merkel, Passos Coelho referiu não querer comentários sobre a situação alemã.
"Todos nós sabemos que houve limitações, nomeadamente ao nível da Constituição da Alemanha que impede o Governo de poder ir mais longe em algumas das soluções que chegaram a estar pensadas para o fundo de estabilização financeira em termos europeus", referiu no entanto.
É um "equilíbrio delicado que tem que ser gerido em termos de Bruxelas mas que tenho a certeza que será alcançado porque toda a Europa perde com essa instabilidade", afirmou.
Passos Coelho defendeu ainda que a Europa tem que encontrar "uma solução robusta e coerente", através de um acordo a alcançar entre os 27 países, nomeadamente entre a Alemanha e a França, que são as economias mais fortes da zona Euro.