O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou, esta sexta-feira, que houve "total sintonia dentro do Governo" em matéria fiscal, em que o executivo conjugou a fiscalidade verde com a promoção da natalidade, matando "vários coelhos de uma só cajadada".
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"Senhor deputado, eu fico muito satisfeito de saber que houve total sintonia dentro do Governo para que pudéssemos conseguir servir estes objetivos [ambientais e de promoção da natalidade]. E não, senhor deputado Ferro Rodrigues, não existe nenhuma discussão dentro da maioria a propósito destas matérias", afirmou Passos Coelho no debate quinzenal no parlamento.
O primeiro-ministro respondia ao líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, aproveitando para voltar a responder ao líder da bancada socialista, Ferro Rodrigues, numa intervenção em que, ainda a propósito de política fiscal, provocou o riso de deputados ao usar a expressão "matar vários coelhos de uma só cajadada".
"Eu sei que os coelhos têm uma alusão sugestiva para os senhores deputados mas como veem eu sou muito generoso, conferindo, no plano discursivo, motivo de boa disposição aos senhores deputados nesta sexta-feira", disse Passos Coelho quando as gargalhadas de vários deputados se tornaram audíveis.
Os vários coelhos eram, de acordo com o chefe de Governo, os diferentes aspetos da política fiscal do executivo: "Conseguimos servir estes objetivos em conjunto, conseguimos penalizar comportamentos que são ambientalmente insustentáveis e ao mesmo tempo promover a natalidade e defender as famílias que têm mais ascendentes e descendentes a cargo".
Na resposta a Nuno Magalhães, Passos também atacou o PS por propor uma abordagem "em tudo idêntica" à que conduziu ao problema de financiamento do país em 2011, ao mesmo tempo que, às vezes, manifesta "muita pressa em repor tudo".
"Nos dias em que acredita com mais força que pode ser Governo põe um bocadinho de travão e torna-se um pouco mais evasivo e abstrato, dizendo que é preciso ver, que depois logo se verá. Quando se entusiasma com a conversa, acusa-nos de não fazer essa recuperação dos rendimentos, dando a entender que se fosse Governo faria", disse.