O líder do CDS-PP, Paulo Portas, acusou hoje, sexta-feira, o primeiro ministro de "sistematicamente iludir" os portugueses, afirmando que a evolução da dívida pública teve um custo de 1528 milhões de euros em três meses.
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"O senhor não prevê, ilude. Governar é saber antecipar, o senhor não antecipa, reage", acusou Paulo Portas, afirmando que a "falta de previsão" sobre a evolução da dívida pública teve "um custo" de 1528 milhões de euros em três meses.
Paulo Portas afirmou que em Junho, "a dívida pública portuguesa a dez anos tinha uma taxa de 4,3 por cento" que passou para 6,25 por cento em Setembro".
"Vai ver que o custo de não ter reconhecido a realidade, de não ter adesão aos factos e de estar sistematicamente a querer iludir o país e o custo de não tomar decisões é não apenas apresentar planos mais duros como uma factura ao contribuinte que aumentou em três meses 1528 milhões de euros", afirmou Paulo Portas.
Na resposta, o primeiro-ministro considerou que "é fácil ser treinador de segunda feira", questionando Paulo Portas se antecipou "uma reacção genérica dos mercados desconfiando das economias europeias para pagar as dívidas" e apesar disso propôs "baixar os impostos" e "aumentar as despesas sociais".
Na parte final do debate, o líder do CDS-PP questionou o primeiro ministro sobre as acusações do deputado socialista Vítor Batista, que acusou o chefe de gabinete de José Sócrates, André Figueiredo, de lhe ter oferecido um cargo de gestor público caso não se recandidatasse à federação do PS de Coimbra.
"Visto que entrou na sala um deputado do PS muito em voga, há um deputado do seu partido que acusa um assessor do seu gabinete de prometer lugares numa empresa pública que ele deve julgar que é dele, pagos a 15 mil euros pelos nossos impostos para ganhar votos no seu partido", afirmou Paulo Portas.
O líder do CDS-PP pediu ao primeiro ministro que "como o deputado está ali, o senhor primeiro ministro está ali, a empresa não é longe, e o assessor há-de estar acolá, que pudesse explicar quem é que está a mentir e quem é que está a dizer a verdade".