O PCP acusou, esta segunda-feira, o Governo de ilegalidades e de ter posto em causa a equidade na realização do exame de português do 12.º ano, admitindo que a solução seja todos os alunos fazerem a prova noutra data.
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"Eram para ter realizado o exame cerca de 75 mil alunos. Há mais de 20 mil alunos que não fizeram o seu exame, estão a ser convocados para o próximo dia 2 de julho, vão fazer um exame diferente daquele que, esta segunda-feira, foi realizado pelos seus colegas, cerca de 55 mil alunos", declarou o dirigente comunista Jorge Pires, em conferência de imprensa, na sede nacional do PCP, em Lisboa.
"A equidade não está garantida, não pode ser garantida", acrescentou o dirigente da Comissão Política do Comité Central do PCP, lembrando que, "há uns anos, houve um problema semelhante, muitos pais levaram a tribunal o Governo, e os tribunais acabaram por dar razão aos pais, porque não estava garantida a equidade nessa situação".
Segundo o PCP, o Governo é "o único responsável pela situação criada, nomeadamente o facto de muitos milhares de estudantes não terem o exame de português" e cabe-lhe resolver o problema.
Jorge Pires considerou que pode acontecer que os exames venham a ser anulados e admitiu que a solução agora possa ser todos os alunos fazerem a prova noutra data, e não apenas os que não a realizaram.
De acordo com Jorge Pires, para além de muitos estudantes não terem podido realizar a prova, outros fizeram-na sem ser "em condições normais". Devido à adesão maioritária dos professores à greve "só foi possível ao Ministério da Educação pôr a funcionar, sem condições, muitas salas de exame através da adoção de um conjunto de ilegalidades, irregularidades e arbitrariedades", alegou.
O dirigente comunista referiu que, no exame de português, um professor desta disciplina "tem de estar na sala para a necessidade de retificar um problema qualquer" e disse ter havido casos em que isso não aconteceu.
No entender do PCP, "tudo isto teria sido evitável se o exame tivesse sido marcado para outra data", o que "só não foi feito por causa da intransigência do Governo", que agora tem "de assumir a responsabilidade" pela situação.