O dirigente comunista Francisco Lopes considerou esta terça-feira que o acordo alcançado com a "troika" internacional, anunciado pelo primeiro-ministro, é um "pacto de abdicação e de afundamento do país".
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Numa reacção ao anúncio feito por José Sócrates, o ex-candidato presidencial comunista considerou este "um dia extremamente preocupante para os trabalhadores e para o povo português".
"O primeiro-ministro falou mas verdadeiramente não disse o que significa este pacote e este pacto de abdicação e de afundamento do país. Mas dá para perceber por aquilo que não referiu a gravidade do que está em causa. Vemos uma linha de privatização de tudo, à excepção pelos vistos da Caixa Geral de Depósitos, uma linha de ataque brutal para a linha de exploração do trabalho bem patente no desenvolvimento do PEC 4 (...) vemos uma linha de ataque aos trabalhadores, aos reformados, aos jovens, de comprometimento do desenvolvimento da produção nacional da soberania do nosso país", disse, numa declaração na sede do PCP.
Para Francisco Lopes, o pacote de medidas "que ainda não se conhece plenamente", consubstancia "o contrário do que o país precisa".
"O que é significativo da gravidade do que está em causa é que o primeiro-ministro não tenha dito o que verdadeiramente é este programa. E isto mostra a sua dimensão e a sua gravidade. De outra forma teria explicitado já o que lá está", salientou.
Na ocasião, Francisco Lopes reafirmou a convicção do PCP acerca da "necessidade de um outro caminho".
"O caminho que verdadeiramente existe para o desenvolvimento e o progresso social, que exige a renegociação da dívida, a produção nacional, a protecção dos mais idosos e dos mais jovens, a aposta nos serviços públicos numa perspectiva de futuro para o país. É sempre tempo de dizer não ao afundamento do país que estas políticas representam", declarou.
"É este o caminho que a partir de amanhã vai ser exigido pelo PCP e para o qual o PCP suscita a luta dos trabalhadores e do povo português", acrescentou.