Pinto Monteiro garante que arquivamento das certidões só teve opiniões favoráveis dos elementos do Conselho Consultivo da Procuradoria.
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Pinto Monteiro diz não ter recebido um parecer do seu Conselho Consultivo que o aconselhava a abrir um inquérito sobre as certidões do "Face Oculta", asseverando: "Todos os pareceres da PGR foram no sentido de que não se justificava tal inquérito".
"Não tem a mínima correspondência com a verdade, nem qualquer fundamento a notícia de que qualquer membro do Conselho Consultivo ou de qualquer outro órgão da Procuradoria-Geral da República (PGR) tenha defendido a 'conveniência' ou a justeza de abrir um inquérito relativo às certidões extraídas do processo "Face Oculta" sobre alegados indícios de atentado contra o Estado de Direito", comunicou, ao JN, o gabinete de imprensa de Pinto Monteiro.
O procurador-geral da República desdizia informações que sugerem que um membro do Conselho Consultivo da PGR, o procurador-geral adjunto Alberto Esteves Remédios, teria elaborado um parecer - pedido por Pinto Monteiro, antes de este decidir arquivar as certidões - o qual concluía que as certidões extraídas do processo Face Oculta acompanhadas de cerca de centena e meia de escutas (entre as quais as 12 com José Sócrates), pelos seus titulares de Aveiro, deveriam dar origem a um novo inquérito criminal. Como vem sendo noticiado, sem ser desmentido, Pinto Monteiro optou antes por proferir os seus despachos de arquivamento no âmbito de um processo administrativo.
Na manhã da passada quinta-feira, após uma reunião do Conselho Consultivo, presidido por Pinto Monteiro, o JN contactou Alberto Esteves Remédios e perguntou-lhe se tinha elaborado o alegado parecer que aconselharia a abertura de inquérito. "Não confirmo nem desminto. Qualquer esclarecimento deve ser pedido ao gabinete de imprensa da procuradoria", respondeu.
Depois de questionar e receber a resposta do gabinete de imprensa, o JN tentou contactar novamente aquele procurador-geral adjunto, anteontem de manhã, mas a telefonista da PGR já tinha instruções para não lhe passar a chamada telefónica, porque Esteves Remédios não tinha mais nada a dizer, justificou.
O JN voltou, então, a dirigir-se à assessora de imprensa de Pinto Monteiro, solicitando informações sobre o número, a data e a autoria dos alegados "pareceres da PGR [que] foram no sentido de que não se justificava tal inquérito". Contudo, não obteve resposta.