O líder do CDS acusou, este sábado, o secretário-geral do PS, António José Seguro, de defender que Portugal deve ter uma saída à irlandesa a 17 de maio, data em que termina o programa de assistência financeira, e ao mesmo tempo que o Tribunal Constitucional "deite abaixo" todas as medidas que o tornariam possível. Sobre o caso da sua demissão "irrevogável", insistiu que não foi capricho mas sim uma tentativa de evitar que a coligação se desmoronasse.
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"Aos fabricantes de ilusões" desafiou a pagarem sozinhos a fatura da situação em que o país se encontra. Sobre a coligação, deixou claro que não é uma fusão e que o CDS nunca será igual ao PSD.
Para Paulo Portas, "é um caminho perigoso" querer continuar a agradar a muita gente, sem perceber que o importante é chegar com tranquilidade ao final do programa de assistência em maio, em vez colocar "sucessivas pedras no caminho" não só do Governo mas do próprio país.
O líder do CDS dramatizou um eventual segundo resgate, frisando que "não há memória de que um segundo resgate seja melhor do que o primeiro" e que um segundo levaria, provavelmente a um terceiro. "É uma história detestável que devemos afastar com toda a força da nossa alma", disse, acrescentando que um segundo resgate seria mais troika e mais dependência.
E depois de revelar que tem "uma singular obsessão", a de querer que Portugal "seja um país normal", recusou contribuir para dinamitar a possibilidade de chegar a essa normalidade.
"Deixo aos fabricantes de ilusões a tarefa de demonstrar que há outra opção viável, não seria mau pagarem eles, e só eles, a fatura do que fazem", afirmou Paulo Portas, recordando a "responsabilidade histórica" do PS na atual situação. Já apontando para o futuro, referiu que "já há uma luz ao fundo túnel" para acabar com o "vexame do protetorado". A seu ver, 2014 será o "primeiro ano de uma vida diferente para Portugal enquanto nação". Ou seja, "há vida para além da troika. Há vida para o crescimento". Mais: "em 2014 haverá moderado lugar para a esperança".
Numa referência à crise de julho, que quase levou à queda do Governo, Paulo Portas explicou a sua demissão "irrevogável"que não se chegou a concretizar, garantindo que não foi "capricho ou enfado", mas "um último recurso por entender que, se nada fosse feito a coligação podia deteriorar-se".
Frisou ainda que "uma coligação não é uma fusão" e que "o CDS nunca será igual ao PSD", nem o país precisa que o seja. Vincou, porém, que "Portugal precisa que CDS e PSD estejam juntos "em tempos tão excecionais".
Acrescentou que o partido deve saber que agiu em último recurso por entender que "se nada fosse feito a coligação poderia deteriorar-se". Ou seja, não Agora, continuou, "temos Governo que chegue para vencer o resgate". Acredita que "o Governo está mais forte a economia beneficia com isso.