<p>O procurador-geral da República enviou, ontem, sexta-feira, ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, para apreciação, a participação relativa à recusa do ex-administrador da PT Rui Pedro Soares em responder a perguntas da comissão parlamentar de inquérito, sobre o caso TVI.</p>
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O procurador-geral da República, Pinto Monteiro, "recebeu a comunicação enviada pelo presidente da Assembleia da República" e esses "elementos" foram enviados à directora do DIAP "para os fins que entender por convenientes", refere uma nota da Procuradoria, citada pela Lusa. Pinto Monteiro justifica que enviou os elementos à directora do DIAP de Lisboa, a procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, por ser este o departamento "competente para apreciação do caso".
Conforme já foi noticiado, o presidente da Assembleia, Jaime Gama, despachou, anteontem, a participação da comissão de inquérito contra o ex-administrador da PT. Chamado a depor sobre um plano para compra da TVI, Rui Pedro Soares recusou-se a responder a perguntas dos deputados, invocando o direito ao silêncio, na qualidade de arguido num processo judicial.
Entretanto, o administrador da Media Capital Juan Herrero admitiu que, "provavelmente", o desagrado público do primeiro-ministro com o "Jornal de Sexta" da TVI terá pesado na suspensão do programa, quando questionado sobre a matéria pela deputada Cecília Meireles, do CDS.
Perante a comissão de inquérito à actuação do Governo na tentativa de compra da TVI pela PT, ressalvou que, na tomada de decisões como aquela, entram vários motivos, apontando que, desde há meses, havia queixas da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e do Sindicato dos Jornalistas sobre o "Jornal de Sexta".
A comissão de inquérito, que ontem ouviu ainda o administrador da Caixa Geral de Depósitos Jorge Tomé, marcou para terça-feira a audição do presidente executivo da Taguspark, Américo Thomati.