O movimento PROmova criticou hoje, sexta-feira, o acordo assinado entre o Governo e as principais estruturas sindicais dos professores por considerar "lamentável e incompreensível" terem sido aceites as quotas na atribuição das notas mais elevadas.
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"Consideramos tudo isto absolutamente lamentável. A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) e a Federação Nacional de Professores (FENPROF) chegaram a um acordo aceitando as quotas, mesmo que mitigadas, e aceitaram um modelo de avaliação que é idêntico ao que está em vigor", criticou Octávio Gonçalves, dirigente da PROmova.
Os principais sindicatos da Educação subscreveram, na madrugada de hoje, após 14 horas de negociações, um acordo que estabelece o fim da divisão da carreira docente em professores titulares e não titulares, assim como o acesso dos docentes com a avaliação "Bom" ao topo da carreira.
"Este entendimento vergonhoso vem trair as expectativas dos professores, que se mobilizaram contra este modelo de avaliação", disse à Lusa Octávio Gonçalves, sublinhando que a preocupação dos docentes será "competir entre si pela melhor nota", o que significará "descurar a aprendizagem".
A existência de quotas para a atribuição de "Muito Bom" e "Excelente", notas que permitem uma progressão mais acelerada, é a principal "falha" apontada por Octávio Gonçalves, que acusa a FNE e a FENPROF de terem alterado as respectivas posições iniciais.
"Eles fizeram desta questão um cavalo de batalha, mas acabaram por aceitá-las", sustentou.
Octávio Gonçalves disse ainda à Lusa que o passo seguinte serão conversações com os restantes movimentos e sindicatos que não subscreveram o acordo, para concertar posições.
"Vamos estudar formas de luta e decidir como reagir a este entendimento", acrescentou o dirigente do PROmova, um dos movimentos independentes de professores.