Mário Nogueira, da Fenprof, reconhece que a proposta feita pelo Ministério de Isabel Alçada sobre a avaliação e carreira docente vai ao encontro de algumas exigências dos sindicatos mas está ainda aquém do desejado pelos sindicatos.
Corpo do artigo
“Não sei se é possível um acordo hoje”, quinta-feira, declarou Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), antes de entrar para uma nova reunião com a tutela e após uma reunião do secretariado nacional da estrutura, que decorreu na sala de imprensa do Ministério da Educação.
Questionado sobre a proposta apresentada pela ministra Isabel Alçada, Mário Nogueira reconheceu que o “documento está muito aquém” das exigências apresentadas. “Não é o que gostávamos que fosse mas é mais favorável do que o que existe”, frisou.
O Ministério da Educação apresentou uma nova proposta aos sindicatos para a revisão da carreira docente em que desiste da fixação de vagas para acesso ao terceiro escalão.
Segundo Mário Nogueira, o texto apresentado aos sindicatos na primeira parte da ronda negocial "não tem garantias mínimas para os professores", pelo que, espera que a tutela apresente ainda um novo documento esta tarde.
"Uma coisa é fundamental, toda a gente sabe, enquanto os professores avaliados com Bom, os bons professores, forem impedidos de aceder ao topo da carreira, não é possível haver acordo", salientou.
O sindicalista disse ainda que neste momento o acesso ao terceiro escalão da carreira já não está limitado a vagas, como propunha o Ministério na proposta enviada na semana passada aos sindicatos e que foi recusada pelas estruturas sindicais.
No entanto, "as vagas com um sentido muito restrito mantêm-se no 5.º e 7.º escalões e, principalmente, sem garantias de que os professores classificados com Bom possam daí passar", revelou Mário Nogueira, ao resumir os principais pontos em discussão.
As negociações tiveram início cerca das 10:20h e estão a decorrer simultaneamente em quatro mesas negociais, sendo que a equipa do Ministério da Educação vai rodando pelas diferentes salas para apresentar a proposta do Governo e recolher os contributos dos sindicatos.
O Ministério da Educação chamou hoje, pela primeira vez, todos os representantes sindicais ao mesmo tempo, contrariamente à opção tomada nas anteriores rondas negociais sobre a articulação da avaliação com a estrutura da carreira docente.
Enquanto o Ministério da Educação mantém sob reserva a nova proposta que apresentou aos sindicatos, os representantes sindicais dos docentes já fizeram saber que só assinam um acordo se todos os professores avaliados com Bom tiverem acesso ao topo da carreira.