O PS considerou, esta sexta-feira, que o Governo prepara com a Lusoponte um "negócio assassino" para os interesses do Estado, exigindo explicações do primeiro-ministro sobre o contrato de cobrança de portagens na ponte 25 de Abril.
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A posição dos socialistas foi assumida pelo deputado Fernando Serrasqueiro, depois de o jornal "Sol" ter avançado com dados sobre o acordo que poderá ser celebrado entre o Estado e a Lusoponte para a cobrança de portagens em agosto na ponte 25 de Abril.
Segundo o semanário "Sol", até 2019, "o Estado irá conseguir poupar 48,5 milhões de euros com o fim da isenção do pagamento de portagens em agosto".
"A partir daí [2019], a Lusoponte continuará a encaixar o dinheiro e o Estado não beneficiará com o facto de os automobilistas pagarem portagens", adianta o mesmo jornal na sua edição desta sexta-feira.
Para o deputado socialista Fernando Serrasqueiro, estas informações "confirmam aquilo que o PS sempre disse" sobre as relações entre o atual Governo e a Lusoponte.
"Estamos perante um contrato assassino para os interesses do Estado. O PS ficou a saber que, relativamente às portagens cobradas em agosto, cerca de 40% são transferidas para a Lusoponte", apontou o ex-secretário de Estado dos executivos de José Sócrates.
Segundo o deputado do PS, este processo negocial entre o Governo e a Lusoponte sempre esteve marcado por factos estranhos.
"O PS já tinha denunciado um pagamento em duplicado [à Lusoponte] relativamente a agosto que só se veio a regularizar sete meses depois; depois, o PS soube de uma tentativa do Ministério da Economia de recompensar a Lusoponte em cerca de 50 milhões por contrapartida de uma derrama criada e que o próprio contrato fazia excluir; agora, ficámos a saber que foram introduzidas portagens em agosto para que 40 por cento das verbas sejam transferidas para a Lusoponte", referiu Fernando Serrasqueiro.
Perante estes dados, o deputado socialista concluiu que "todos os contornos deste contrato são demasiado opacos para que não haja uma explicação da parte do Governo".
"O PS exige que o primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] preste esclarecimento sobre este negócio. Ainda recentemente o Ministério das Finanças contradisse o Ministério da Economia e regularizou as duas situações que o PS tinha denunciado. O PS espera agora que possa ser esclarecida esta terceira tentativa de beneficiar a Lusoponte e prejudicar os interesses do Estado", acrescentou Fernando Serrasqueiro.