O PS anunciou que vai avançar no orçamento retificativo com uma proposta para taxar as parcerias público-privadas, caso o Governo recue nessa intenção, que os socialistas já tinham apresentado durante no Orçamento do Estado.
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"O Governo admite lançar essa taxa. Eu digo desde já que, no Orçamento retificativo que aí vem, o PS vai apresentar outra vez essa proposta se o Governo eventualmente vier a recuar e não apresentar a taxa sobre as PPP", anunciou o deputado Pedro Marques.
"Nós defendemos esse contributo adicional também dos concessionários e também das entidades financeiras que suportam as PPP", sublinhou.
Relativamente ao consenso com o PS, Pedro Marques disse não querer acrescentar nada aquilo que foi dito pelo secretário-geral socialista, António José Seguro, na quarta-feira, e reiterando a rejeição a mais austeridade e cortes nas funções sociais do Estado.
"O Governo quer insistir na mesma política que sabe que o PS rejeitava, a novidade é que diz outra vez que quer fazê-lo com o consenso do PS, apenas para encenar uma negociação, tentar associar ao PS uma imagem de radicalismo, quando toda a sociedade portuguesa rejeita as medidas", argumentou.
O deputado socialista argumentou que "o Governo quer puxar o PS para um consenso nos seus termos", quando "os termos do Governo são termos que já falharam e aos quais a sociedade portuguesa já disse 'não' de uma forma muito rotunda".
Para Pedro Marques, o resultado da reunião do conselho de ministros "é uma mão cheia de coisa nenhuma", a não ser na "possibilidade que o Governo agora já admite de aplicar uma taxa financeira, uma taxa fiscal sobre as PPP".
"É engraçado, é até irónico. No Orçamento do Estado para 2013, para diminuir os sacrifícios dos portugueses, o PS propôs um conjunto de medidas de obtenção de receita, uma delas era uma taxa sobre as PPP", frisou. "O Governo chumbou a proposta do PS, como é típico de quem não quer negociar, de quem não está para fazer nenhum consenso, e agora já admite lançar uma taxa sobre as PPP", criticou.
Segundo Pedro Marques, o Conselho de Ministros não apresentou "novidades nenhumas" e mostra que "o Governo já não tem capacidade para decidir".
"O Governo veio anunciar, tal como o primeiro-ministro já tinha dito há uma semana atrás que, depois daquela dramatização enorme que o Governo fez relativamente à decisão do Tribunal Constitucional, vai compensar os resultados orçamentais dessa decisão e da incompetência do Governo nos cortes dos subsídios aos pensionistas e aos funcionários públicos, com cortes na máquina do Estado, com cativações e com a insistência de cortes no subsídio de desemprego e doença", disse.