PS considera pouco credíveis e "incompreensíveis" previsões do Banco de Portugal
O PS considerou esta terça-feira "pouco credíveis" as previsões do Banco de Portugal sobre o crescimento em 2014 e "incompreensíveis" as estimativas para este ano, já que as exportações teriam de registar uma aceleração acentuada no último trimestre.
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Esta posição de ceticismo foi manifestada pelo deputado socialista João Galamba, reagindo às previsões do Boletim Económico de Inverno do Banco de Portugal, que voltou a melhorar as estimativas económicas para este ano, esperando agora uma recessão de 1,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), acima das perspetivas do Governo, que calcula uma contração de 1,8 por cento.
Para 2014, o Banco de Portugal espera que Portugal regresse a terreno positivo, antecipando um crescimento de 0,8 por cento - uma previsão que coincide com a do Governo e com a da "troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).
"O PS entende que as previsões para o próximo ano não são muito credíveis, nomeadamente em relação à questão do crescimento do consumo privado, quando o país tem um Orçamento para 2014 com um reforço muito significativo da austeridade. Neste contexto, não entendemos como é possível o consumo privado recuperar no próximo ano", começou por apontar João Galamba.
Em relação às previsões para este ano, o deputado do PS disse que "incompreensivelmente o Banco de Portugal melhora-as".
"Parece que o Banco de Portugal não teve em conta os últimos dados sobre as exportações. Para que as exportações cresçam aquilo que o Banco de Portugal estima, terão de possuir o maior crescimento trimestral desde 2006, cerca de oito por cento, o que no contexto atual é muito difícil chegar a esse resultado. Por outro lado, é interessante verificar que a melhoria da atividade económica este ano deve-se exatamente a razões contrárias à política do Governo", advogou João Galamba.
De acordo com o deputado do PS, o Governo apostou no "esmagamento da procura interna, que seria compensado pela procura externa".
"Acontece que a melhoria dos resultados económicos em 2013 deve-se a exclusivamente a uma procura interna melhor do que o esperado", sustentou, numa alusão à decisão de inconstitucionalidade do Tribunal Constitucional em relação a medidas constantes no Orçamento para 2013.