O vice-presidente da bancada do PS José Junqueiro reiterou hoje o "total desacordo" dos socialistas a alguns pontos da moção de censura ao Governo, mas sublinhou que o grupo parlamentar votará "o que tem de votar".
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"Bem sei que o que votaremos é o que teremos de votar, mas quero dizer claramente que estamos em total desacordo com a questão das nacionalizações, com a saída do euro, com o incumprimento da dívida, porque nós somos a favor do cumprimento das nossa obrigações e do rigor orçamental", afirmou José Junqueiro, na primeira intervenção da bancada do PS no debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP.
Antes de se dirigir ao secretário-geral comunista, José Junqueiro não deixou passar a oportunidade de fazer alusão à "profunda derrota eleitoral" da coligação PSD/CDS-PP nas eleições europeias de domingo, sublinhando que a perda de meio milhão de votos tem razões.
Falando imediatamente a seguir ao deputado do PSD José Matos Correia, que se manifestou perplexo pelo voto favorável dos socialistas à moça de censura, José Junqueiro vincou ainda que o PS não se deixa "incomodar" pelas insinuações do PSD e do primeiro-ministro.
"O início das vossas intervenções revelaram que, usando a pergunta ao PCP, querem dirimir conflitos entre os dois e respostas entre os dois. Resolvam isso, não permitam a perturbação da nossa moção de censura", contrapôs logo de seguida o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, insistindo que, "independentemente de acontecimentos e episódios laterais", a questão central da moção de censura está em saber se Assembleia da República "acompanha a grande censura popular que aconteceu no dia 25 de maio".