<p>O discurso ainda é optimista, mas o deputado do PSD, Pedro Duarte, já admite, em caso de falharem as negociações que hoje, quarta-feira, terminam, chamar ao Parlamento a ministra da Educação e os representantes dos sindicatos dos professores.</p>
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Se as negociações entre Governo e representantes das organizações sindicais não resultarem num acordo, o primeiro passo que o PSD vai dar é o de requerer uma audição parlamentar da ministra da Educação, Isabel Alçada, e dos sindicalistas.
"Queremos saber o que falhou, mas, neste momento, ainda estamos confiantes nas negociações, porque acreditamos que os parceiros farão tudo para que haja acordo." O optimismo de Pedro Duarte expresso, ontem, nas declarações ao JN não o impede de admitir que o Parlamento, ou seja, a Oposição, tenha de assumir a responsabilidade de desbloquear a situação. Neste contexto, o deputado considera que "tudo está em aberto" e que o PSD poderá vir a apresentar um projecto de lei com um novo modelo de avaliação dos professores. Quanto à proposta da ministra da Educação, contestada por todos os sindicatos, Pedro Duarte não se pronuncia. "Só depois de terminarem as negociações", garante.
Contra a posição de todos os outros partidos da Oposição, o PSD aliou-se aos socialistas ao não defender a suspensão do actual modelo de avaliação de professores. Na sequência disso, a 20 de Novembro, foi aprovado na Assembleia da República o projecto de resolução do PSD, que recomendava ao Governo o fim da divisão da carreira em duas categorias e a criação de um novo modelo de avaliação no prazo de 30 dias. Os sete projectos da restante Oposição para suspender o actual modelo de avaliação foram rejeitados.
As responsabilidades do PSD neste processo não foram esquecidas pelo CDS-PP. Ontem, o deputado Diogo Feio, citado pela Lusa, sublinhou que o seu partido apresentou "em tempo oportuno" propostas para a Educação, considerando que "teria sido preferível" que o Parlamento tivesse "determinado um caminho" para o sector, em vez de "apenas determinar um prazo para" as negociações.
Em relação ao conteúdo da proposta de "acordo de princípio" de Isabel Alçada, que consagra o fim da divisão da carreira em duas categorias hierarquizadas e introduz, entre outras regras, uma fixação anual de vagas no acesso ao 3.º, 5.º e 7.º escalões da carreira (ler rodapé), bloquistas e comunistas já se manifestaram contra. Ana Drago, do BE, considerou a proposta "pior do que a anterior", e o deputado do PCP, Miguel Tiago, rejeitou "mecanismos artificiais de limitação na progressão na carreira".
*COM LUSA