Pedro Passos Coelho anunciou esta quarta-feira que o programa eleitoral do PSD vai ser apresentado no domingo e prevê um "amplo" plano de privatizações, que inclui EDP, TAP, REN e Águas de Portugal.
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Numa entrevista à RTP1 em que reiterou a intenção de pedir aos portugueses uma maioria absoluta, o presidente do PSD adiantou que pretende constituir um Governo com não mais do 25 secretários de Estado, repartidos por dez ministérios.
Nesta entrevista, Passos Coelho confirmou que, se o PSD ganhar as legislativas de 5 de junho, mesmo com maioria absoluta, convidará o CDS-PP para o Governo.
Questionado sobre o motivo por que não revelou que se tinha encontrado com o primeiro-ministro em São Bento, em Março, na véspera da apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), o presidente do PSD respondeu que "isso foi combinado" com José Sócrates.
Passos Coelho acusou o Governo de ter violado aquilo que tinha sido acertado, pondo a correr que tinha havido esse encontro, e sublinhou que nessa ocasião "não houve processo negocial nenhum" sobre o PEC.
Em entrevista à SIC, no dia 25 de Março, Passos Coelho já tinha assumido como meta do PSD para as próximas legislativas uma maioria absoluta, afirmando: "Lutarei por uma maioria absoluta".
Hoje, reiterou essa meta, considerando que uma maioria do PSD "é indispensável".
Questionado se uma derrota nas eleições o levará a demitir-se de presidente do PSD, Passos Coelho escusou-se a "perder tempo à volta de cenarizações dessas".
Quanto ao programa eleitoral do PSD, anunciou que vai ser apresentado no domingo, lembrando que o seu compromisso era apresentá-lo "na primeira semana de Maio".
"Será, espero eu, aprovado na Comissão Política Nacional e no Conselho Nacional, e depois apresentado publicamente", acrescentou.
Ainda sobre o Governo que pretende formar, Passos Coelho prometeu que este não será "uma extensão" da actual Comissão Política Nacional do PSD.
Questionado se concorda com as declarações do vice-presidente do PSD Diogo Leite Campos segundo as quais quem vive com 5800 euros mensais não consegue satisfazer as suas necessidades e quem ganha 1000 euros mensais vive na miséria, Passos Coelho alegou que estas têm sido descontextualizadas.
De acordo com o presidente do PSD, o objectivo dessas declarações era, num "contexto académico", contrapor a ideia do Governo de que quem ganha mais de 1000 euros por mês "é uma pessoa rica" e o próprio Leite Campos, se fosse questionado, responderia que "alguém que tenha um rendimento bruto mensal de 5800 euros tem um belíssimo rendimento", quanto mais se for "líquido".