O presidente do PSD afirmou esta quarta-feira que Portugal vai ter de ir aos mercados financiar-se já em 2012 porque a ajuda externa acordada só cobre 80 por cento das necessidades financeiras para esse ano.
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Numa entrevista à RTP1, Pedro Passos Coelho acrescentou que o empréstimo a Portugal de 78 mil milhões para três anos cobre apenas 40 por cento das necessidades de financiamento em 2013 e que só as necessidades para este ano são cobertas na totalidade.
"O que significa que Portugal precisa de cumprir religiosamente este acordo de modo a que possa estar em condições de ir ao mercado financiar-se a partir do segundo ano", considerou.
De acordo com o presidente do PSD, esta ajuda externa "é rigorosamente a fatura ou o preço do endividamento dos últimos seis anos em Portugal" resultante dos governos do PS liderados por José Sócrates.
Desde 2005, a dívida pública passou de 80 mil milhões para 160 mil milhões de euros, referiu.
Passos Coelho voltou a alegar que, se o PS voltar a ganhar as eleições, não será preciso "mais do que de meio ano para se estar falar da reestruturação da dívida portuguesa, como se fez no caso da Grécia".
Nesta entrevista à RTP1, o presidente do PSD acusou o primeiro-ministro de ter lançado a dúvida na opinião pública sobre se o 13.º e o 14.º se iam ou não manter caso o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) fosse chumbado, para agora anunciar que isso não faz parte do programa de ajuda externa acordado pelo Governo.
"Foi o primeiro-ministro que veio ameaçar publicamente que podia estar em causa o 13.º e o 14.º mês caso o PEC fosse chumbado e tivesse de se recorrer à ajuda externa. Não se disse por aí, foi o primeiro-ministro que ameaçou", afirmou Passos Coelho.