O PSD defendeu, esta terça-feira, que o anúncio do regresso aos mercados é o culminar de uma estratégia "acertada", contrária à do PS, e que marca um "momento de viragem" na situação económica e financeira do país.
Corpo do artigo
Em conferência de imprensa, o vice-presidente do PSD Jorge Moreira da Silva defendeu que a situação atual "é precisamente o contrário" daquilo que o PS defendeu, argumentando que aquilo que os socialistas defendiam "era mais tempo, isto é, mais 'troika', era mais programa, um memorando de entendimento que fosse para lá de 2014, e era mais dinheiro, mais crédito, mais endividamento, mais empréstimos junto da 'troika'".
"A iniciativa que o Governo tomou de solicitar apoio para extensão das nossas maturidades do nosso empréstimo de forma a podermos regressar de uma forma mais eficiente aos mercados, em conjunto com este anúncio de colocação de uma operação de colocação de dívida no mercado, traduzem um momento de viragem da nossa situação económica e financeira", afirmou o primeiro-vice-presidente do PSD.
Jorge Moreira da Silva argumentou que "isso não acontece por acaso, ao contrário do que o líder do PS possa fazer crer aos portugueses, resulta de uma estratégia que se verificou acertada".
"Foi em resultado dessa estratégia e desses resultados, que foi possível que Portugal, em nome dessa estratégia, tivesse ontem [segunda-feira] solicitado uma melhoria das suas condições de financiamento, uma melhoria das condições de pagamento da dívida, para podermos regressar ao mercado o mais depressa possível", disse.
"Julgo que os portugueses perceberão facilmente que esta estratégia que vingou, a estratégia que se revelou acertada, foi esta e não aquela que o líder do PS veio defender", declarou, manifestando-se "perplexo" com a reação do líder socialista, António José Seguro.
"O Partido Socialista estava convencido que não íamos cumprir metas e íamos pedir um segundo resgate - mais tempo e mais dinheiro - e o que hoje se veio a verificar é o contrário", afirmou.
Moreira da Silva disse esperar que o PS, "que não tem estado ao lado do Governo na necessidade de cumprir objetivos e numa estratégia de reformas estruturais" possa agora, "com estes resultados positivos" contribuir para a reforma do Estado, para, numa perspetiva "pós 'troika'", participar nessa reforma.
Para Moreira da Silva, "alguém se enganou hoje", para nas reações dos partidos, sobretudo o PS, vir dizer, "sem corar de embaraço", que os "resultados positivos dos últimos dias na colocação de dívida" resultaram de "um erro do Governo".
"É a prova de que há um problema de interpretação e uma certa ilusão que se procura criar juntos dos portugueses", disse.
O coordenador da comissão política do PSD argumentou que o regresso aos mercados dará "vantagens do ponto de vista económico", nomeadamente abrir possibilidades do sistema bancário português e das empresas poderem encontrar financiamento externo.
O primeiro-vice-presidente do PSD Jorge Moreira da Silva quis "enquadrar a notícia do regresso aos mercados num contexto mais vasto, que se traduz num momento de viragem" das "perspetivas económicas financeiras" e que passou pelo anúncio de que o défice ficará dentro dos limites, a colocação de dívida de 18 meses na semana passada com uma taxa inferior a dois por cento ou o Banco de Portugal ter apontado a inversão da situação económica para o final de 2013 e um crescimento de 1,3% em 2014.