O PSD anunciou esta quarta-feira a convocação de uma reunião do seu Conselho Nacional para sábado, às 15.30 horas, num hotel de Lisboa, que terá como único ponto da ordem de trabalhos a análise da situação política.
Corpo do artigo
Em setembro, estava já prevista uma reunião ordinária do Conselho Nacional para esta data, 20 de outubro. Na altura, foi referido que esta data foi escolhida propositadamente por se tratar do sábado seguinte à entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2013, que aconteceu esta segunda-feira.
A reunião do órgão máximo do PSD entre congressos acontece num momento em há notícias segundo as quais há quem no CDS-PP ponha em causa a continuidade da coligação e a aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2013, sobre a qual os centristas ainda não se pronunciaram.
Questionado sobre essas notícias, na terça-feira, em conferência de imprensa, o coordenador da direção nacional social-democrata, Jorge Moreira da Silva, respondeu: "Não contem com o PSD para alimentar especulações sobre a estabilidade da coligação. Eu convido-os a colocar essa questão ao CDS".
Jorge Moreira da Silva acrescentou que "essa é matéria que só mesmo o CDS pode esclarecer".
Da parte do PSD, afirmou, "há um total empenhamento na coesão do Governo, na coesão da coligação e na estabilidade política" e não há "nenhuma dúvida quanto ao apoio ao Orçamento" para 2013, entregue na segunda-feira na Assembleia da República.
Esta quarta-feira, o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, recusou comentar as declarações de Jorge Moreira da Silva.
Quanto à proposta do Governo de Orçamento para 2013, Nuno Magalhães afirmou que o CDS-PP está a fazer "uma análise exaustiva e setorial" do documento e falará sobre ele "atempadamente".
O líder parlamentar do CDS-PP adiantou que os dois partidos que suportam o Governo apresentarão propostas de alteração ao Orçamento "tendencialmente conjuntas".
Na terça-feira, um dos vice-presidentes do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, defendeu que, se o Orçamento do Estado não for alterado, "a coligação está naturalmente condenada" e o seu partido deve chumbar o documento, assumindo provocar uma crise política que exigirá a intervenção do Presidente da República.
De acordo com, José Manuel Rodrigues, este assunto foi abordado na reunião da comissão executiva do CDS-PP nacional realizada na segunda-feira à noite.
Nesse mesmo dia, o presidente do Conselho Nacional do CDS-PP, António Pires de Lima, contrapôs, a título pessoal, que não é exigível ao CDS-PP que modifique ou melhore substancialmente o Orçamento, mas que evite uma crise política, que "transformaria o país numa nova Grécia".
Por sua vez, Nuno Magalhães afastou a ideia de crise na coligação: "Não. Devemos estar preocupados é com a crise no país".