O PS não abandonará a comissão de inquérito à actuação do Governo na compra da TVI, ao contrário da ameaça que tinha deixado no caso de serem enviadas para o Parlamento as escutas telefónicas, mas não vai consultar os documentos do processo Face Oculta enviados pelo juiz da comarca do Baixo Vouga.
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“Decidimos que não vamos consultar essa documentação por considerarmos que está em causa a violação de direitos liberdades e garantias, no caso de ela conter escutas telefónicas realizadas no âmbito de um processo judicial”. A decisão foi comunicada aos jornalistas pela deputada socialistas Ana Catarina Mendes.
Com esta decisão, tudo indica que o PSD poderá ficar isolado na opção de consultar os documentos pedidos à comarca do Baixo Vouga, embora os comunistas ainda não tenham tomado uma posição em relação ao assunto.
O socialista Osvaldo Castro, vice-presidente da comissão de inquérito à actuação do Governo na compra da TVI, recusou reunir-se, na manhã de hoje, quarta-feira, com os coordenadores dos partidos para procederem à abertura da documentação.
Para não convocar a reunião, o deputado alegou a ausência de Mota Amaral, presidente da comissão de inquérito, que está retido em Ponta Delgada devido à nuvem de poeiras provocada pelo vulcão islandês.
Mota Amaral havia dado indicações para que a reunião agendada se mantivesse para a manhã de hoje, quarta-feira. Contudo, depois de contactos telefónicos para Ponta Delgada, Osvaldo Castro decidiu adiar o encontro até à chegada do presidente a Lisboa, o que poderá acontecer ainda hoje, quarta-feira.
Caso se mantenham as restrições ao tráfego aéreo no arquipélago dos Açores, a reunião dos coordenadores para abrir a documentação referente às escutas só acontecerá na sexta-feira, possivelmente depois da audição parlamentar de Manuel Polanco, presidente da Prisa, empresa espanhola proprietária da TVI.