O cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP defendeu que é "normal" a apresentação de um documento de estratégia pelo Governo durante a campanha para as eleições europeias e apontou que o PS apresenta nesse dia um programa de governação, confundindo os eleitores.
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"O Governo não está paralisado durante a campanha, aliás, nesse dia o PS vai apresentar um novo programa de Governo, talvez a Comissão Nacional de Eleições devesse estar preocupada com isso, que um partido, em eleições que são europeias, esteja a apresentar um programa de governo", afirmou Paulo Rangel aos jornalistas.
No final de uma visita a uma fábrica de cabos e fios, na Guarda, Rangel disse que "o que é normal é que no dia em que fecha a troika, o Governo apresente a estratégia pós-troika", referindo-se ao documento de estratégia que o executivo de Passos Coelho apresentará no dia 17 de maio.
"É a coisa mais natural do mundo e isso não levanta nenhum problema. Só faltava agora que em plena campanha eleitoral e numa democracia madura as instituições estivessem paralisadas ou interditadas", sustentou o cabeça de lista da coligação Aliança Portugal.
Por outro lado, afirmou, o "que devia preocupar a CNE porque há aí uma desvirtuação da lógica para as europeias" é que o PS apresente no mesmo dia um programa de governo, durante uma campanha eleitoral para eleições europeias, "para confundir os eleitores".
Como a CNE atua mediante queixas, a Lusa perguntou a Rangel se pondera apresentar uma queixa relativamente a essa iniciativa dos socialistas, o que o candidato recusou, argumentando teceu aquelas considerações porque "se tem que olhar para todo o espectro".
"Eu até acho normal que isso aconteça, porque tenho uma visão muito aberta do que é um processo eleitoral e democrático. O PS orienta a usa campanha como quer, só estou a dizer que acho estranho que se dê atenção a umas coisas e não se dê a outras, mais nada", disse.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições admitiu que o anúncio da estratégia do Governo para o futuro, marcado para dia 17 em plena campanha para as Europeias, suscita dúvidas relativamente à imparcialidade durante uma campanha eleitoral.