<p>Governo explica que o reforço acresce ao já previsto aumentos de operacionais para 140 homens, até às eleições.</p>
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O ministro da Defesa, Severiano Teixeira, disse que Portugal vai começar já na próxima semana a definir os termos do reforço do seu contigente militar no Afeganistão e que deverá haver conclusões "nas próximas semanas".
Em declarações à Lusa a partir de Estrasburgo, onde está a decorrer a cimeira dos 60 anos da NATO, o ministro português sublinhou que a intenção de reforçar a presença militar portuguesa na missão da Aliança Atlântica anunciada hoje pelo primeiro-ministro, José Sócrates, terá de passar agora por um processo de avaliação militar e política.
"O processo de consultas e que está constitucionalmente previsto para estas matérias inicia-se imediatamente e a partir de agora o processo será aberto (...) a partir de segunda-feira começará a funcionar", respondeu o governante.
"Portugal já tinha anunciado que iria reforçar com mais uma 'Operational Mentoring and Liaison Team' (OMLT), mais uma equipa médica e com um avião C-130 e a sua tripulação e cauda logística, o que perfaz até ao momento das eleições 140 militares no terreno. Para além desses já previstos, o que foi hoje anunciado foi mais um reforço", lembrou Severiano Teixeira.
Nuno Severiano Teixeira referiu ainda que esse reforço "precisa agora de ser analisado do ponto de vista das necessidades do terreno, de um conjunto de propostas do ponto de vista militar e de um processo de decisão política que agora se vai iniciar".
"É preciso todo um conjunto de condições, isso será uma coisa que se fará nas próximas semanas, muito rapidamente e que culminará no Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN). Portugal precisa de ver as necessidades existentes, as suas possibilidades e as várias alternativas, analisadas do ponto de vista do risco, do custo, do valor e da visibilidade operacional, portanto é este todo o processo que é preciso fazer neste momento", explicou o responsável pela pasta da Defesa.
Questionado pela Lusa sobre se verificou uma convergência dos aliados europeus para reforçar a sua participação na Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF, sigla em inglês), Severiano Teixeira afirmou que "vários países europeus manifestaram também a disponibilidade para reforçar os seus contingentes, uns para o período eleitoral e outros até a mais longo termo, como será o caso de Portugal".
Portugal tem actualmente na missão da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF, sigla em inglês) um efectivo de cerca de 30 militares, que constituem uma unidade de apoio e formação do Exército afegão, designada "Operational Mentor and Liaison Team" (OMLT).
No início de Dezembro de 2008, o Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN) - órgão que reúne Governo, Presidente da República e chefes militares - tinha anunciado um reforço para o Afeganistão, com uma equipa médica de 15 elementos para operar no hospital de campanha do aeroporto de Cabul e de uma segunda OMLT para assessorar forças militares afegãs, também com mais de 30 elementos.
Às duas OMLT, acrescentam-se cerca de 20 elementos destinados ao seu apoio logístico e de segurança.
Em Janeiro, Severiano Teixeira anunciou no Parlamento a disponibilização de uma aeronave C-130 - com cerca de 40 militares, entre tripulação e pessoal de apoio logístico - para transporte táctico durante o período eleitoral no país, no mês de Agosto, o que totalizará perto de 140 militares portugueses.