Ao final da manhã de ontem, poucos eram os professores já com uma ideia formada sobre o acordo entre Ministério da Educação e os sindicatos. À falta de informação sobre os termos do entendimento, o regresso das duas partes à negociação era o resultado mais saudado.
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"Espero que o acordo traga a paz e a normalidade às escolas". Depois de ter cumprido as greves e de ter tomado posição contra a política da anterior ministra da Educação, era esta a expectativa de Raquel Pereira, professora de Filosofia, na Escola Secundária de Carolina Michaëlis, no Porto. Do acordo fechado na madrugada de ontem, reteve apenas a possibilidade de "todos os professores chegarem ao topo da carreira".
A tarde reservava-lhe, ainda, tempo e informação para se inteirar melhor dos contornos do acordo, que confia ser, para já, o primeiro passo para a pacificação do sector, passada que espera que esteja "a instabilidade muito grande" dos últimos tempos.
Algo que António Moreira Alves, também professor no Carolina Michaëlis, acredita difícil de acontecer. "Estas negociações são mais políticas do que propriamente em prol da qualidade do ensino", disse. "Não vejo ninguém preocupado com a felicidade e o bem-estar dos alunos... Tudo o que interessa agora são as estatísticas", lamentou.
Jacinta Moreira, docente de Biologia, apesar de satisfeita pelo acordo, não compreende a bandeira dos sindicatos quanto à progressão na carreira. "Como é evidente, quem for avaliado com nota superior progride mais depressa do que os que foram avaliados com Bom", disse.