<p>O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, acusou o PSD de fazer "ziguezague" relativamente à viabilização do Orçamento do Estado (OE) para 2011, dando "sinais profundamente contraditórios" que "têm manifestamente já causado mal ao país".</p>
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O governante defendeu, em declarações à Lusa, que o fim da "indecisão" social democrata beneficiará, não apenas o país, mas até "o PSD".
"Não é tanto o silêncio que me perturba. O silêncio ainda poderia compreender. O que mais me perturba é o ziguezague, são os sinais profundamente contraditórios que o principal partido da oposição tem dado. Ora essa indecisão, essa sinuosidade, os tabus do principal partido da oposição têm manifestamente já causado mal ao país", disse.
E acrescentou: "quanto mais depressa acabar essa indecisão, quanto mais depressa o PSD definir uma linha clara -- que, espero, seja uma linha de responsabilidade --, melhor será para o país no seu conjunto e, na minha modesta opinião, até para o PSD".
O PSD reúne hoje, terça-feira, os seus órgãos nacionais - Comissão Permanente, Comissão Política e Conselho Nacional - para tomar uma posição em relação ao Orçamento do Estado para 2011.
Manifestando-se "confiante no sentido de responsabilidade de todos" e reconhecendo que o esforço pedido na proposta do OE para 2011 "é muito grande", o titular da pasta da Defesa sublinhou que este é o momento de na vida política nacional se distinguir "o essencial do acessório".
"É sempre necessário na vida política distinguir o essencial do acessório e neste caso parece-me que o principal é garantirmos constantemente esse oxigénio de que precisamos para o funcionamento da nossa vida colectiva que é o financiamento da economia", comentou.
Augusto Santos Silva admitiu tratar-se de uma "proposta de orçamento dura, marcada pela austeridade, pela contenção, pela necessidade de acelerar as contas públicas", mas considerou-a "absolutamente necessária para garantir aquilo que é o principal: condições de financiamento para o Estado, para o sistema financeiro, para a economia e para as famílias portuguesas".
No momento actual, considerou, os agentes políticos "no Governo ou na oposição", devem inspirar-se "na lição que estão a dar" os portugueses.
"Já pedimos em 2002 muitos sacrifícios aos portugueses, já pedimos em 2005, 2006, estamos hoje a pedir mais uma disponibilidade (...) e, em geral, os portugueses têm demonstrado um enorme sentido de empenhamento e responsabilidade. E seria incompreensível e inaceitável que essa responsabilidade que o povo tem manifestado faltasse àqueles que deviam ser os primeiros responsáveis de todos que são os estadistas", frisou.
Augusto Santos Silva sublinhou ainda a disponibilidade manifestada pelo ministro das Finanças "para os contactos que forem necessários para a viabilização do orçamento".