O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, anunciou hoje, quarta-feira, que vai enviar, no final deste mês, aos Governos dos países-membros, o projecto do novo conceito estratégico que deverá ser aprovado na cimeira de Lisboa, em Novembro.
Corpo do artigo
Os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros dos 28 membros da Aliança Atlântica vão discutir o projecto e os possíveis contributos numa reunião especial agendada para 14 de Outubro em Bruxelas.
No decurso de uma conferência de imprensa, Rasmussen disse aguardar uma "discussão de fundo" em três áreas: a melhoria da defesa aliada face às modernas ameaças, como mísseis ou ataques informáticos; as lições do conflito no Afeganistão; como assegurar que a NATO permaneça uma organização eficaz.
Numa referência específica ao Afeganistão, o secretário-geral da Aliança pediu aos países com tropas no terreno para manterem o seu compromisso e assegurarem que os objectivos da missão vão ser cumpridos e advertiu que uma retirada prematura "implicará o regresso dos talibãs e da al-Qaeda, e que os terroristas vão espalhar-se pela Ásia Central", com o consequente "perigo para a comunidade internacional".
Ao referir-se à política de segurança europeia, Rasmussen defendeu ainda que a NATO deveria convidar a Rússia para integrar o projecto de criação de um sistema de defesa de mísseis na Europa, e disse que esse convite deveria ser formalizado na cimeira da NATO de 19 e 20 de Novembro, em Lisboa.
Numa manifestação de optimismo, Rasmussen também aludiu à possibilidade de desbloquear nos próximos dois meses as relações entre a Aliança e a União Europeia (UE), que permanece refém do diferendo entre a Turquia e o Chipre.
"Espero que seja possível obter progressos antes da cimeira da NATO em Lisboa", declarou, antes referir que já ocorreram "consultas" sobre esta questão "com dirigentes" europeus.
As relações UE-NATO têm sido prejudicadas pelo diferendo turco-cipriota, para além da lentidão das negociações de adesão que decorrem desde 2005 entre Bruxelas e Ancara.