O secretário-geral do PS, António José Seguro, considera que o discurso proferido pelo presidente da República nas comemorações do 25 de Abril, agravou as divisões políticas no país, disse à agência Lusa fonte da direção socialista.
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Seguro abre, esta sexta-feira, em Santa Maria da Feira o XIX Congresso Nacional do PS, com uma intervenção em que o discurso de Aníbal Cavaco Silva, na quinta-feira no parlamento, deverá ser um dos pontos marcantes.
Logo após o discurso de Cavaco Silva, em que criticou quem tenta aproveitar politicamente as angústias dos portugueses num momento de crise, o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, afirmou estar perante uma intervenção "claramente partidária" e que "em nada contribuiu para o consenso no país".
Na mesma linha, fonte da direção socialista referiu que "o secretário-geral do PS considera que o discurso do presidente da República agravou as divisões no país e comprometeu a posição de neutralidade que se espera do mais alto magistrado da nação".
Já na quinta-feira, à tarde, numa conferência de imprensa conjunta com responsáveis do Partido Socialista Europeu (PSE), em Lisboa, António José Seguro tinha indicado que "as consequências políticas" do discurso do presidente da República seriam alvo de análise no congresso do PS.
Esta sexta-feira, em Santa Maria da Feira, além da intervenção de abertura de Seguro, mais de 1800 delegados reelegem Maria de Belém no cargo de presidente do PS, a única candidata ao lugar.
Nos primeiros dois dos três dias de trabalhos, hoje e sábado, o congresso terá o lema "É tempo de mudar".
Um "slogan" que corresponde ao objetivo da direção de António José Seguro de virar a discussão dos delegados socialistas para o exterior, "para os problemas do país".
Para a direção do PS, sendo o congresso o último antes das próximas eleições legislativas, deverá por isso servir para a "afirmação da alternativa política" proposta por este partido.