O XX Congresso do PS arrancou esta manhã com fortes críticas aos partidos à Esquerda do PS. Quer o novo presidente do PS, Carlos César, quer o líder da distrital de Lisboa, Marcos Perestrello, consideraram impossível um entendimento com bloquistas e comunistas, quando António Costa tem manifestado abertura a acordos de governação à sua Esquerda.
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Marcos Perestrello criticou quem à Esquerda dos socialistas "se tem revelado incapaz de superar o seu sectarismo".
Numa clara crítica ao PCP e ao Bloco de Esquerda, tendo em conta que o Livre, que nem assento parlamentar tem, foi convidado para discursar domingo no encerramento deste congresso, Perestrello frisou que o PS é uma "Esquerda que faz".
"Distinguimo-nos dos partidos à nossa Esquerda", disse, num dos primeiros discursos a abrir o XX Congresso dos socialistas na FIL, acrescentando que o PS "acredita que a mudança implica governar e assumir responsabilidades".
"Uma Esquerda não se esgota em ser do contra", apontou, salientando que "essa é toda uma diferença fundamental" que separa os socialistas "de alguma esquerda que se tem revelado incapaz de superar o seu sectarismo".
Também o novo presidente do PS, Carlos César, eleito já esta manhã por uma larga maioria, cavalgou nas mesmas críticas de Perestrello.
"O estabelecimento de compromissos interpartidários para a governabilidade tem grandes fragilidades no nosso pais", disse o socialista açoriano, que, após excluir um hipotético Bloco Central, criticou os dois maiores partidos à Esquerda do PS.
"No PCP e no BE só temos a Esquerda que tem sido útil à Direita", acusou, para pedir depois uma maioria absoluta em 2015.
César contesta Cavaco
Após substituir, esta manhã, Maria de Belém na presidência do PS, Carlos César apontou baterias ao mandato de Cavaco Silva em Belém.
Visto como um dos cinco nomes de reserva às presidenciais, caso António Guterres não avance com uma candidatura, o ex-presidente do Governo Regional dos Açores defendeu que o exercício do poder em Belém deve ser "apartidário".
Para César, é preciso "um presidente que reabilite a perceção perdida nos últimos dois mandatos", concluindo que em Belém "tem de morar um presidente de todos os portugueses".