Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia decidiram, esta sexta-feira, a favor do fornecimento de armas aos combatentes curdos no Iraque, numa decisão que cabe a cada Estado-membro.
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"Encontrámos uma posição comum: a União Europeia (UE) saúda o facto de alguns países responderem favoravelmente ao pedido das forças de segurança curdas", afirmou o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, no final de uma reunião de emergência, em Bruxelas.
"Não é ainda claro que equipamentos são utilizados e necessários", acrescentou.
Um diplomata europeu afirmou tratar-se "de uma posição muito forte, de um sinal político pedido", nomeadamente, pela França, Itália e Reino Unido.
Na quinta-feira, o presidente francês, François Hollande, confirmou "o fornecimento de equipamentos militares, na sequência de um pedido do presidente do governo regional do Curdistão do Iraque, Massud Barzani".
O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, lembrou que, nesta matéria, a França foi um "dos primeiros a agir", ao fornecer armas aos combatentes curdos, que tentam travar o avanço dos "jihadistas" do Estado Islâmico no norte do Iraque.
Londres também considera favoravelmente a possibilidade de armas as forças curdas, se o pedido for feito.
Há uma dezena de dias, este grupo fundamentalista islâmico avançou na direção da região autónoma, e relativamente calma, do Curdistão iraquiano, pondo em fuga dezenas de milhares de membros das minorias cristã e yazidi (curda e não muçulmana).
A 8 de agosto, os Estados Unidos lançaram ataques aéreos diários no norte do país, na primeira ação militar no Iraque, desde a retirada das tropas norte-americanas no final de 2011.
Washington enviou também armas aos combatentes curdos.
Milhares de refugiados estão instalados, em condições muito precárias, em campos no Curdistão ou na fronteira síria, sem esperança de um rápido regresso a casa.
Desde 9 de junho, o Estado Islâmico conquistou zonas do território a norte, a oeste e a leste de Bagdad, perante a retirada das forças armadas iraquianas.
Fortalecido pelo êxito militar no Iraque e na Síria, o movimento proclamou a criação de um "califado" entre os dois países, nas zonas que controla e nas quais é acusado de perseguir as minorias, de realizar execuções sumárias e violações.