O antigo ministro da Justiça socialista José Vera Jardim declatou à Rádio Renascença estar convicto da inocência do ex-primeiro-ministro José Sócrates, mas reconheceu que o caso "é um embaraço" para o Partido Socialista.
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Vera Jardim reconheceu na segunda-feira, durante o programa "Falar Claro" da RR, o "impacto enorme" da detenção de José Sócrates e o "embaraço" que causa ao PS.
"A presunção de inocência, no meu caso é convicção de inocência", afirmou o dirigente do PS no programa "Falar Claro", antes de serem conhecidas as medidas de coação ao antigo primeiro-ministro José Sócrates (que ficou em prisão preventiva) e aos outros três arguidos no âmbito da mesma investigação sobre alegados crimes de corrupção, fraude fiscal qualidficada e branqueamento de capitais, entre outros.
O antigo ministro da Justiça e dirigente do PS, que falou pela primeira vez sobre o caso, vincou à RR que a detenção de José Sócrates tem efeitos no PS.
"É evidente que é um embaraço", declarou Vera Jardim, salientando, no entanto, estar convicto de que a "liderança forte de António Costa saberá lidar com a situação da melhor forma".
Sobre o XX Congresso do PS, que vai decorrer no próximo fim de semana, José Vera Jardim considerou que "tudo será feito" para tornar o evento "o mais normal possível".
O ex-primeiro-ministro José Sócrates tornou-se o primeiro ex-líder de governo da história da democracia portuguesa a ficar em prisão preventiva, indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.
Depois de ter sido detido na sexta-feira à noite, no aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris, José Sócrates começou a ser interrogado no domingo.
Os outros três arguidos no processo, o empresário Carlos Santos Silva, que foi administrador do grupo Lena entre março de 2008 e outubro de 2009, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista João Perna, detidos na quinta-feira, regressaram também esta segunda-feira ao "ticão" para saberem as medidas de coação.