Pompeu José, 58 anos é ator, encenador e animador cultural. Há 22 anos, trocou Setúbal pelo interior do país, para abraçar a Associação Cultural e Recreativa de Tondela, que está a apresentar
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Este ano tem dinheiro para férias?
Não, não tenho. Como não tenho feito televisão, não tenho condições. Fui dez dias para a praia dos Alteirinhos, na Zambujeira do Mar, porque posso ficar em casa de familiares.
O que não deixou de fazer?
Ler, escrever, comer e dormir. Estamos com "A viagem do elefante", 14 espetáculos que nos obrigam a estar cinco dias em cada localidade. É muito desgastante, tinha de desligar.
Convença-me a passar férias em Tondela
Tondela tem a serra do Caramulo e todo o distrito de Viseu é o que se tem desenvolvido de forma mais equilibrada. Tondela está perto de grandes centros e, para quem quiser descobrir locais de interesse com proximidade às populações, é o melhor e sem preços inflacionados.
Qual é o segredo mais bem guardado da cidade?
A serra do Caramulo é o deslumbre do concelho. Esta é uma cidade muito aberta e as pessoas são muito bem recebidas.
Fica descansado quando olha para a cultura em Portugal?
Não, fico até bastante inquieto. Há um desinvestimento muito grande. A cultura tem a estrutura de um trilho: tem de ser construído por pessoas, têm de se criar hábitos e, para que o trilho se mantenha, as pessoas têm de passar por lá.
Faz-se melhor cultura no Interior ou no litoral?
Faz-se melhor cultura a partir do Interior. É mais fácil comunicar, é mais fácil construir, criar e insistir. E há tempo para descontrair.