Para Luís Silva Cunha, 11 anos, do Porto, o sucesso escolar não tem segredo. "É necessário estudar muito para se ser um bom aluno. Estudo mais ou menos duas horas e chego aos testes e sinto-me tranquilo, pois sei a matéria. Dá para entender os conhecimentos que são pedidos nos testes ", explica o jovem, um dos 10 vencedores da iniciativa "Regresso às Aulas", do Jornal de Notícias.
Corpo do artigo
Embora seja muito jovem, Luís é decidido e já sabe qual o caminho a seguir no futuro. "Pretendo fazer algo ligado à matemática. Ser economista ou professor", revela o aluno, avançando que "as contas" o fascinam. "Por exemplo, no supermercado faço as contas de cabeça. E na Staples só usei a calculadora para ver o dinheiro certo que faltava para atingir o valor", referiu o jovem.
"Como vou gastar"
Aliás, no tocante à iniciativa, em casa, foi Luís o primeiro a descobrir que tinha sido um dos contemplados com vales de compras de 500 euros da Staples.
"Estava com o meu avô no café, eu a ler um livro e ele o jornal. Olhei para a página em que ele estava, a das iniciativas, e vejo Luís Silva Loureiro Cunha, do 5º ano, e reparo que é o meu nome", conta o aluno, continuando sobre a reação que teve a seguir: "A minha mãe tinha-me dito que me tinha inscrito e só me veio à cabeça como vou gastar 500 euros".
Uma vez que só tinha um velhinho Magalhães, o estudante magicou logo "adquirir um computador portátil", instrumento que pretende usar apenas para alargar horizontes.
"Não tenho internet, nem Facebook. Não sou muito ligado a isso. Gosto de jogar jogos e de ir à Diciopédia, que é um programa que o Magalhães tem para se adquirir novos conhecimentos", diz Luís, considerando-se um "rapaz feliz". "E com esta iniciativa sou mais feliz do que o que era", finaliza o jovem.
"Quero dar ao meu filho uma vida saudável"
"Estive empregada 30 anos numa firma do Porto, mas há quatro, num processo de insolvência, fui posta na rua. A partir daí a minha situação complicou-se", conta Marina Loureiro, de 57 anos, mãe de Luís Cunha. E, algo ressentida por lhe recusarem emprego devido à idade, atira: "O que mais queria era continuar a trabalhar e ser útil ao meu país".
Face às dificuldades atuais, a progenitora explica que a iniciativa conjunta do JN, Pingo Doce e Staples, lhe proporcionou "a oportunidade de ter um bocadinho mais de qualidade de vida para o Luís continuar a estudar saudável".
"Uma mais-valia"
"Os vales de compras do Pindo Doce são uma grande ajuda, uma mais-valia num momento particularmente difícil da minha vida", refere Marina Loureiro, mostrando preocupação com o crescimento do jovem. "O Luís tem 11 anos, é uma idade em que precisa de se alimentar bem para ter o aproveitamento que tem tido até hoje. Quero continuar a dar ao meu filho uma vida saudável. Mas, sem esta ajuda, era muito difícil", anota esta mãe, que depende de algumas ajudas. "Sem elas não seria possível continuar a ter a vida que tenho e conciliar de forma agradável a vida familiar", frisa Marina Loureiro.
Para a mãe de Luís, o filho está "sempre à frente de tudo", por isso, os vales serão usados "para a alimentação dele". "Dou prioridade ao leite, iogurtes, cereais. Mas há coisas menos importantes que às vezes tenho de comprar, como bolachas, sumos, queijo e por aí", conclui.