O cabo da GNR, Nelson Bispo, garantiu hoje, sexta-feira, no Tribunal que realizou o teste de alcoolemia ao condutor do autocarro que transportava alunos da Universidade Sénior de Castelo Branco. No acidente, na A23, morreram 17 pessoas.
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“Fui eu que fiz o teste e esta é a versão verdadeira” esclareceu a testemunha quando confrontada com as várias versões dos outros militares que aventavam a possibilidade do teste não ter sido realizado, uma vez que nada consta no processo.
Nelson Bispo disse ainda que o resultado deu negativo e que, na ocasião “se tivesse dúvidas” tinha “tirado sangue” já que ia preparado para isso. Admite que quando realizou o teste (de sopro) mais ninguém se encontrava dentro da sala do Hospital, onde o motorista, Fernando Serra, estava a ser assistido, pelo que apenas duas pessoas sabem do resultado.
Miguel Costa e Silva, um dos advogados das vítimas, considerou "grave" o facto de não exisitir no processo o teste de alcoolemia do condutor do veículo pesado.
"Do meu ponto de vista, foi grave, ainda por cima num acidente com esta dimensão", disse o advogado. No processo apenas existe o resultado do teste de alcoolemia feita à condutora do ligeiro, Carina Rodrigo.
"O tribunal terá de dar como provado que não foi feito o teste", acrescentou o advogado. Até alguns militares da GNR admitiram "o erro", disse Miguel Costa Lopes.
Os dois condutores, envolvidos no acidente da A23, ocorrido a 5 de Novembro de 2007, estão acusados de 17 crimes de homicídio por negligência e seis de ofensas à integridade física.
O julgamento, que decorre no Tribunal de Castelo Branco prossegue hoje à tarde com a nova audição dos peritos que realizaram simulações do acidente. Os advogados preveêm fazer ainda hoje as alegações finais.