A auditoria desencadeada na sequência do processo Face Oculta concluiu que os contratos celebrados com a empresa O2, de Manuel Godinho, não continham irregularidades.
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"A auditoria interna concluiu que todos os procedimentos teriam sido respeitados", disse à Lusa Silva Rodrigues, à margem da conferência "Desenvolvimento sustentável e criação de valor", que decorreu no Aeroporto de Lisboa.
O presidente da Carris explicou que a auditoria interna foi desencadeada por sua iniciativa, tendo como objectivo analisar os contratos celebrados entre a transportadora e a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado de Manuel Godinho - principal arguido no processo Face Oculta - para o abate de carroçarias de autocarros.
Segundo Silva Rodrigues, foram analisados contratos que incluem a venda de "mais de 500 autocarros nos últimos cinco anos" à O2, num valor total de 330 mil euros.
O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas, havendo pelo menos 16 arguidos, incluindo o presidente da REN-Redes Energéticas Nacionais, José Penedos, e Armando Vara, que suspendeu as suas funções de vice-presidente do Millenium BCP.
Na sequência deste processo, o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, decidiu que todas as empresas e organismos tutelados pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, como a Carris, teriam de elaborar relatórios destinados a avaliar o eventual envolvimento de funcionários.
Estes relatórios deverão estar concluídos no início de Dezembro, de acordo com o prazo definido pelo ministro António Mendonça.