Gonçalo Cardoso foi condando a 12 anos de prisão efectiva pelo homicídio de Nélio Marques, filho do ex-jogador do Benfica Nelinho.
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A sentença foi conhecida, há momentos, no Campus de Justiça, em Lisboa. O Ministério Público tinha pedido uma atenuante para a conduta do arguido, enquanto João Nabais, advogado do homem que ia acusado de homicídio qualificado, defendeu nas alegações finais que o tribunal deveria considerar a possibilidade de "excesso de legítima defesa" e de não condenação.
"Entendo que o mais longe que se pode ir nesta matéria é considerar homicídio simples", afirmou João Nabais ao terminar as alegações finais deste caso, em que defendeu uma "atenuação especial" para o arguido.
Perante a desolação da família, o próprio procurador do Ministério Público sugeriu que a conduta do arguido fosse atenuada e enquadrada numa classificação menos gravosa, classificando a atitude de ambos os intervenientes - vítima e agressor - como uma demonstração de "machos lusitanos" perante as namoradas.
Os factos correram em 2005, em Lisboa, quando na sequência de uma ultrapassagem Nélio Marques e Gonçalo Cardoso se confrontaram num posto de abastecimento de combustível, tendo o segundo disparado três tiros na direcção do primeiro. "Provou-se toda a matéria da acusação, à excepção que o arguido tenha atingido a vítima com três projécteis, mas com dois", afirmou o procurador.
Para o advogado da família da vítima, José António Barreiros, a interpretação do procurador é "romanesca". Barreiros lembrou que na altura dos disparos a contenda havia terminado e a vítima já se tinha afastado quando foi "atingida pelas costas".