Carlos Horta e Costa, antigo presidente dos CTT, confirmou hoje, quinta-feira, ter sido acusado pelo Ministério Público de dois crimes. Diz que as acusções não têm fundamento e pergunta por investigações a outras empresas públicas, nomeadamente REFER e Águas de Portugal.
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"As acusações não fazem qualquer sentido. Dizem que a minha gestão causou prejuízos de 13 milhões de euros aos CTT. Têm de provar. E dos 180 milhões de euros que acresci ao balanço da empresa durante os três anos em que lá estive, ninguém fala?", questionou Horta e Costa, em declarações à Lusa.
O Ministério Público acusou 16 arguidos de corrupção passiva e activa, branqueamento de capitais, participação económica em negócio, administração danosa e fraude fiscal no caso CTT, relacionado com a gestão dos Correios entre 2002 e 2005, quando Horta e Costa presidia ao Conselho de Administração.
"Porque não fazem o mesmo que estão a fazer aos CTT a todas as empresas públicas?", lançou Horta e Costa, apontando para "a Águas de Portugal, que perdeu 100 milhões de euros no Brasil, ou a Refer".
O antigo presidente dos CTT acrescentou que durante a sua gestão da empresa, "os CTT passaram de prejuízos crónicos para lucros crónicos".
"Agora, todos embandeiram em arco com os lucros, mas é uma continuidade da minha gestão", afirmou.
Questionado sobre se afasta as acusações de que é alvo, Horta e Costa diz que afasta "completamente", que as mesmas "não fazem qualquer sentido" e que "quem acusa tem de provar".
O gestor disse à Lusa que estava "desejoso" de que fosse deduzida a acusação, de forma a poder defender-se, uma vez que considera que foi "condenado na praça pública".
"Sou acusado de participação económica em negócio, que nem sei bem o que é. Beneficiei as empresas que me apresentaram as melhores condições. Quanto à acusação de gestão danosa, o que posso dizer é que se todos os que estão à frente de empresas públicas fizessem como eu fiz durante a minha gestão, estas não iam precisar do dinheiro dos contribuintes", argumentou.
Horta e Costa garantiu que está "muito sereno" e que considerou que este processo é "mais política do que justiça".
O antigo presidente dos CTT disse ainda que vai estudar os próximos passos que irá dar com o advogado, visto só ter sido hoje notificado pelo Ministério Público.