O ex-presidente do BCP, Jardim Gonçalves, um dos quatro antigos dirigentes do banco que soube hoje, terça-feira, que irá responder em tribunal pelos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos, disse estar convicto que será absolvido.
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"Ao deixar cair a acusação de burla formulada pelo Ministério Público, o Tribunal abriu hoje o caminho para um julgamento focado em questões técnicas que permitirá seguramente demonstrar, durante as audiências, a inexistência de crime ou de qualquer conduta ilegítima por parte dos acusados", afirmou hoje Jardim Gonçalves, numa breve nota enviada à comunicação social.
No mesmo documento, o antigo banqueiro disser ter ficado "ainda mais convicto de que um julgamento sem preconceitos e determinado em apurar a verdade dos factos só poderá terminar com uma total absolvição".
Os antigos dirigentes do BCP Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Cristopher de Beck e António Rodrigues souberam hoje que vão responder em tribunal pelos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos, tendo caído a acusação de burla qualificada.
A decisão foi hoje proferida pela juíza do quinto juízo do Tribunal de Instrução Criminal.
De fora da lista de acusadas de acusados fica o antigo administrador António Castro Henriques, que foi absolvido de todas as acusações.
Segundo a juíza, as acusações estão documentadas e dizem respeito ao final da década de 90, quando os quatro acusados que vão a julgamento "montaram uma estratégia expansionista", apelidada pela juíza como uma "jogada arriscada" que passava pela manipulação do preço das ações e pela angariação de acionistas para os aumentos de capital do banco, "manobrando diversos outros funcionários do BCP e o próprio António Castro Henriques".
Os cinco inicialmente acusados pelo Ministério Público estiveram presentes na sessão, tendo ouvido a juíza responsável pelo processo dizer que "a tese do erro operacional não possui qualquer credibilidade", referindo-se ao principal argumento das defesas.