O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Delfim da Silva, lamentou, esta quinta-feira, o incidente com as autoridades portuguesas sobre a viagem num voo da TAP de 74 imigrantes sírios com passaportes falsos.
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"Lamentamos o sucedido, vamos apurar responsabilidades e tirar consequências", disse o chefe da diplomacia guineense, após um encontro com o encarregado de negócios da embaixada de Portugal, Teles Fazendeiro.
Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) português, a tripulação do voo da TAP que partiu de Bissau na madrugada de terça-feira foi forçada pelas autoridades guineenses a aceitar 74 pessoas com documentação falsificada. O incidente fez com que a TAP suspendesse na quarta-feira todos os voos entre os dois países.
"Lamentamos e vamos fazer tudo para que a normalidade regresse. Houve um período em que a TAP tinha um voo por semana, passou para três e isso era muito bom para a nossa comunidade", até do ponto de vista humanitário e social, referiu.
"Vamos fazer tudo para que a normalidade regresse às nossas relações, não apenas políticas e diplomáticas, mas também comerciais, neste caso aéreas", acrescentou Delfim da Silva.
Questionado pelos jornalistas sobre o que se passou no aeroporto de Bissau, alegou que os factos ainda estão a ser apurados, mas deixou a ideia de que, o que quer que tinha sido, deve ser condenado.
"O que aconteceu não é do interesse da Guiné-Bissau, não ajuda ninguém, não ajuda (...) as relações com Portugal, nem os nossos compatriotas em Portugal. Nem ajuda às relações com a Europa", num momento em que "estamos a fazer tudo por tudo para normalizar" a situação do país, disse Delfim da Silva.
O governante disse mesmo que "não há nenhuma intencionalidade do estado em prejudicar o que estamos a tentar compor", depois do golpe de Estado de abril de 2012.
Delfim da Silva repetiu, por várias vezes, que a Guiné-Bissau terá que "lamentar" o sucedido, "apurar" responsabilidades e "tirar" consequências.
Estas mesmas ideias transmitiu ao encarregado de negócios de Portugal, Teles Fazendeiro, que deixou o Palácio do Governo sem prestar declarações, após um encontro de poucos minutos com Delfim da Silva.