Manuel "Palito" vai aguardar julgamento em prisão preventiva, decretou, esta quinta-feira, o tribunal de São João da Pesqueira. O homem, que esteve foragido mais de um mês, é acusado de duas tentativas de homicídio e de dois homicídios. Depois de ouvido em tribunal, Manuel Baltazar foi transportado para o estabelecimento prisional de Vila Real.
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Assobios e aplausos à chegada
Horas antes, Manuel Baltazar ouviu assobios e aplausos de dezenas de populares que aguardavam a sua chegada ao tribunal para primeiro interrogatório judicial, em São João da Pesqueira.
O suspeito passou a noite no Estabelecimento Prisional de Vila Real, depois de ter sido ouvido nas instalações da Polícia Judiciária na mesma cidade
Segundo apurou o JN, o foragido encontra-se bastante debilitado fisicamente e não terá mostrado sinais de arrependimento do crime.
O inspetor-geral da PJ, António Torgano, afirmou esta manhã aos jornalistas que a operação policial desenvolvida nos últimos 34 dias "teve como objetivo garantir a segurança da comunidade e proceder à localização e detenção do suspeito com vida".
A Polícia Judiciária e a GNR juntaram-se, em Vila Real, para explicarem a operação que levou à detenção do suspeito de um duplo homicídio e que teve como objetivo a sua captura. "Refiro, com vida, no sentido de o apresentar à justiça", salientou o responsável".
Os responsáveis pela Unidade Local de Investigação Criminal da PJ de Vila Real e do Comando Territorial da GNR de Viseu chamaram os jornalistas para uma declaração, sem direito a perguntas, alegando que a investigação ainda está a decorrer e está sujeita ao segredo de justiça.
O inspetor-chefe da Judiciária de Vila Real, António Torgano, recusou-se a dar pormenores sobre a detenção do suspeito e limitou-se a explicar, pela primeira vez em mais de um mês, a operação conjunta que foi desencadeada com vista à captura do foragido.
O inspetor afirmou ainda que "esses objetivos foram materializados num vasto conjunto de diligências executadas pela PJ e GNR, cada uma das polícias no quadro específico das suas competências legais, resultando uma excelente cooperação e coordenação entre as duas entidades".
Pelo lado da GNR, o tenente-coronel Eduardo Seixas salientou que a participação da Guarda nesta operação visou atingir três objetivos.
"Primeiro, da colaboração institucional que sempre existe e se verificou mais uma vez com a PJ, a quem competia a direção das ações de investigação. Colaboração e coordenação que foi permanente no terreno sobre as ações que havia para desenvolver", referiu.
Depois, segundo o comandante, a GNR deslocou "para o terreno um dispositivo policial considerado necessário para garantir a segurança das populações e aumentar o seu sentimento de segurança".
"Estes dois objetivos, creio, foram plenamente atingidos", sublinhou.
Por fim, Eduardo Seixas referiu que a colocação dos militares na zona pretendeu "limitar aquilo que era a manobra do suspeito e as movimentações que foram sendo assinaladas no terreno".
Manuel Baltazar terá sido detido ao entrar na sua residência, em Valongo dos Azeites, pondo fim a uma fuga mediática, que durou mais de um mês. Na altura estaria armado, mas não terá oferecido resistência.
O homem, conhecido como "Palito", é suspeito da morte de uma tia e da mãe da sua ex-mulher, e de, no mesmo ataque, ter disparado também contra a sua ex-companheira e a sua filha.
Manuel Baltasar estava com pulseira eletrónica e proibido de contactar a ex-mulher, no âmbito de um processo de violência doméstica.
A PJ de Vila Real recusou-se a fazer mais comentários sobre o caso alegando que a investigação, que ainda está a decorrer, está sujeita ao segredo de Justiça.
Manuel Baltazar, conhecido como "Palito", matou a tiro de caçadeira duas mulheres e feriu gravemente a ex-mulher e a filha, em Valongo dos Azeites, a 16 de abril.
Foi detido, esta quarta-feira à noite, em sua casa, em Trevões, graças a câmaras de videovigilância, que detetaram a sua presença.
* com Agência Lusa
