O juiz de instrução criminal de Aveiro determinou a suspensão de funções de José Domingos Valentim na REFER. Arguido no chamado caso “Face Oculta”, está, ainda proibido de se ausentar do país.
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As medidas de coação, anunciadas há momentos, em comunicado judicial, impõem, ainda, ao arguido a proibição de contactar directa ou indirectamente com os restantes arguidos do caso “Face Oculta”. Acresce às medias anunciadas hoje, segunda-feira, a manutenção do Termo de Identidade e Residência.
José Domingos Lopes Valentim é classificado pela Polícia Judiciária de Aveiro e pelo Ministério Público como um dos elementos de uma "rede tentacular" montada por Manuel José Godinho com vista a obter informações e conseguir negócios em empresas de capitais públicos, no ramo dos resíduos industriais.
Considerado como dos "espiões", na Refer, do empresário de Ovar envolvido no caso "Face Oculta", é suspeito de ter tido como contrapartidas objectos como um computador portátil e um cartão para comunicações móveis. Está previsto para hoje o seu interrogatório por juiz.
José Valentim, um quadro da REFER - Rede Ferroviária Nacional, que tem responsabilidades na área de gestão de resíduos, entrou para as instalações judiciais às 09:20, tendo sido interrogado primeiro pelo procurador Marques Vidal e depois pelo juiz de instrução António Costa Gomes, ainda segundo seu advogado.
Também ainda hoje o tribunal deverá fixar as medidas de coacção a Namércio Cunha, outro dos arguidos do processo cuja inquirição tinha começado na sexta-feira.
Namércio Cunha é apontado pelos investigadores como o homem que estabelecia a ponte entre o principal arguido do processo Manuel Godinho e a REN - Redes Energéticas Nacionais liderada por José Penedos.