Sindicato Nacional critica greve dos guardas prisionais sem negociações finalizadas
O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional criticou, esta quinta-feira, a marcação da greve de 40 dias por outra estrutura sindical, numa altura em que as razões invocadas ainda estão a ser negociadas com o Governo.
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Os guardas prisionais afetos ao Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP), outro sindicato do setor, anunciaram uma greve de 40 dias, dividida em dois períodos, entre maio e agosto, para exigirem mais efetivos, contestar cortes nas horas extraordinárias e o novo estatuto profissional.
Em declarações à agência Lusa, Jorge Alves, do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), disse não perceber os motivos que levaram à marcação de uma greve numa altura em que o SNCGP, que representa mais de 90% dos elementos de efetivos, está a negociar com o Governo, estando marcada para as 11 horas desta quinta-feira uma reunião.
"Não sabendo e não estando a par das negociações e do que realmente está a ser tratado pelo sindicato que representa mais de 90% do efetivo, estão a jogar por antecipação, ou seja, na possibilidade de nós marcarmos uma greve anteciparam-se", disse, salientando que o SNCGP não tomará nenhuma decisão antes de finalizadas as conversações.
Jorge Alves adiantou que o sindicato tem conversações esta quinta-feira com o Ministério das Finanças para negociar e tentar finalizar o estatuto profissional.
"Hoje (quinta-feira) temos uma reunião que queremos que seja uma das reuniões finais para a conclusão do estatuto. A Lei 12/A obrigava à regularização dos estatutos no prazo de 180 dias, isto em 2008, e tem-se arrastado", contou Jorge Alves, explicando que os guardas prisionais estão equiparados à PSP, que já viu aprovado o seu estatuto em 2009.
O responsável disse que só teve conhecimento da greve na quarta-feira à noite, frisando que "não percebe os motivos" que os levaram a marcar a paralisação.