José António Chocolate Contradanças, um dos arguidos do caso "Face Oculta", negou ontem, quarta-feira, conhecer o principal suspeito, o empresário Manuel Godinho.
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"Nunca estive com ele, só o conheço agora dos jornais", disse aos jornalistas o vogal do conselho de administração da IDD-Industria de Desmilitarização e Defesa, cujo capital social é detido na totalidade pela EMPORDEF-Empresa Portuguesa de Defesa.
José António Contradanças esteve ontem nas instalações do DIAP do Baixo Vouga, em Aveiro, onde foi ouvido pelo Ministério Público. Saiu duas horas depois na situação de arguido mas apenas com termo de identidade e residência tal como tinha entrado, segundo revelou aos jornalistas, o seu defensor, José Paulo Dias.
"Como é que se pode apresentar uma pessoa que não se conhece", desabafou José Contradanças aos jornalistas. "Os telefones ainda não têm visor", acrescentou.
"No meio desta espuma toda há pessoas que são apanhadas na volta, estão aqui porque alguém refere os seus nomes indevidamente", disse José Paulo Dias, para quem os "investigadores também não são bruxos".
Segundo a investigação, José António Contradanças teria estado com o empresário Manuel José Godinho nas instalações da IDD, em Alcochete, ao fim da manhã de 30 de Junho passado. Na altura teria recebido uma carta de apresentação das empresas de Godinho, que lhe havia pedido num contacto telefónico efectuado dias antes com vista a favorecimentos em concursos e consultas publicas de adjudicação na área do tratamento de resíduos.
O administrador da IDD foi o único arguido que o Ministério Público decidiu não apresentar ao juiz de instrução criminal.