A empresa Adubos de Portugal obteve na quarta-feira autorização da Inspeção Geral do Ambiente para tratar as torres de refrigeração ainda paradas devido ao surto de legionela que ocorreu no concelho de Vila Franca de Xira.
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O diretor geral da Saúde revelou, esta sexta-feira, durante o encontro da "task force" que acompanha a situação de surto, que as bactérias encontradas em doentes com legionela são semelhantes às detetadas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal.
Antes de ser conhecido o resultado destas análises, fonte da Adubos de Portugal disse, numa resposta enviada à agência Lusa, que "o pedido para realização do procedimento de tratamento necessário ao levantamento do mandado de suspensão do funcionamento das torres de refrigeração foi devidamente autorizado no dia 19 de novembro pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território" (IGAMAOT).
Esta sexta-feira, empresa escusou-se a fazer qualquer comentário quando confrontada com os resultados divulgados no encontro da "task force".
Assim, a Adubos de Portugal é um dos casos em que terão de ser realizados procedimentos, como limpeza das torres de refrigeração, para eliminar a concentração da bactéria de legionela que represente qualquer risco.
Em resultado de ações de inspeção realizadas pela IGAMAOT no âmbito do surto de legionela, que afetou a região de Vila Franca de Xira causando, pelo menos, 10 mortes e infetando 336 pessoas, foram paradas torres de refrigeração de cinco empresas, das quais duas - a DanCake e a Solvay -, já tiveram autorização para retomar a atividade.
"Dos mandados emitidos no âmbito do processo em que o IGAMAOT participou em conjunto com os outros organismo do Ambiente, no grupo criado pelo Ministério da Saúde, estão já levantados dois mandados, à Solvay e à DanCake, permanecendo os restantes ainda por levantar", disse na quinta-feira o inspetor geral do Ambiente, Nuno Banza.
Os casos que restam "serão levantados assim que as empresas comprovarem que cumprem as condições para poder laborar sem pôr em risco a saúde e o ambiente", acrescentou.
No encontro da "task force" da semana passada, Nuno Banza já tinha garantido que novas diligências estavam e continuariam a ser feitas em várias empresas, além das três que tinham sido faladas - Solvay, Adubos de Portugal e Central de Cervejas - sempre que isso for necessário.
A Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) informou, esta sexta-feira, que deram negativos os resultados das análises realizadas às torres de refrigeração da empresa, na sequência do surto de legionela ocorrido no concelho de Vila Franca de Xira.
A doença do legionário, provocada pela bactéria "Legionella pneumophila", contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.