A auditoria da Inspecção-Geral de Finanças à Parque Escolar detetou a utilização de materiais usados na construção de escolas que considera de custo excessivo, recomendando uma apreciação crítica exaustiva antes da aprovação dos projetos de arquitetura.
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O relatório da auditoria aponta que a qualidade dos acabamentos dos edifícios inspecionados "é digna de louvor", mas faz um reparo ao uso de materiais ou soluções de qualidade e/ou custo excessivos, nomeadamente a utilização de madeiras nobres e pedras naturais nobres em instalações sanitárias.
A Inspecção-Geral de Finanças (IGF) recomenda que a Parque Escolar deve garantir a maximização da relação custo-qualidade dos espaços e dos respetivos acabamentos, visando a redução do custo e uma qualidade suficiente e adequada ao tipo de edifícios em causa.
A Parque Escolar, refere o relatório, deve ainda, antes de aprovar os projetos de arquitetura das escolas, realizar uma apreciação crítica exaustiva dos mesmos, recusando redundâncias funcionais dos espaços, bem como a utilização de materiais de custos excessivos, prevendo a sua substituição por alternativas económicas, funcionais, robustas e duráveis.
Do ponto de vista energético, a IGF recomenda a monitorização do consumo de todas as escolas intervencionadas para, face às potências elétricas instaladas, aferir da normalidade ou anormalidade dos mesmos.
A Parque Escolar estima que o cumprimento das medidas legislativas, aprovadas em 2006, em matéria de exigências ambientais e eficácia energética veio representar um sobrecusto de 15% a 25% no valor total das empreitadas e que o esforço energético ficou duas a três vezes superior ao que as escolas tinham antes da intervenção.
A IGF refere, por seu turno, que foram usadas soluções técnicas com custo ou qualidade excessivos face à finalidade da obra, designadamente, "a aplicação e iluminação decorativa, a utilização exagerada de equipamento de halogéneo, uso massivo de estores elétricos" e ainda " a aplicação de torneiras, misturadoras, doseadores, secadores de mão e lavatórios com preço ou qualidade excessivos.