O número de reclamações que a Autoridade Nacional das Comunicações tem recebido sobre a Televisão Digital Terrestre, tendo em conta a envergadura do processo de transição tecnológica, "não são reveladoras de uma situação crítica".
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O administrador da Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom), Eduardo Cardadeiro, falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa onde foi divulgado um inquérito, segundo o qual apenas 10% das famílias que têm de migrar para a TDT ainda não o tinha feito até final da semana passada.
"Até finais de Novembro 1,2% das reclamações da Anacom tinha a ver com TDT", afirmou Eduardo Cardadeiro, que explicou que dado o número de famílias no processo de transição do sinal televisivo gratuito analógico para o digital e a complexidade do processo, "os números não são reveladores de uma situação crítica".
Segundo o administrador, há 15 dias a Anacom recebeu da Associação da Defesa do Consumidor (Deco) 103 casos relativos à TDT. Destes, 71 eram pedidos de informação sobre a TDT e 32 eram reclamações.
Sobre as reclamações, adiantou Eduardo Cardadeiro, seis eram relativas a 2010, outras seis respeitavam o primeiro semestre de 2011 e as restantes 20 eram do segundo semestre do ano passado.
O administrador do regulador acrescentou que a Deco enviou mais 70 casos na passada sexta-feira, as quais a Anacom ainda "está a analisar", pelo que ainda não é possível saber se são todas reclamações ou também pedidos de informação.
"Mesmo que fossem todas reclamações, seriam 90, o que me parece inequivocamente que na esmagadora maioria dos casos estão a correr bem", concluiu Eduardo Cardadeiro.
Na próxima quinta-feira, começa a primeira parte do desligamento, mantendo-se quatro emissores em funcionamento, o do Monte da Virgem, Montejunto, Marão e Lousã, por razões técnicas, enquanto os restantes serão desligados com um desfasamento temporal. O primeiro será o da Grande Lisboa, depois segue-se o do Algarve, Alentejo, Norte de Lisboa e restantes.
A partir de 22 de Março arranca a segunda fase, com a cessação dos emissores e retransmissores das regiões autónomas dos Açores e da Madeira. A última fase acontece a 26 de Abril, altura em as transmissões analógicas do restante território continental serão desligadas.