Fernando Pereira, um dos portugueses feridos sábado em Andorra, recorda que o acidente "foi muito rápido e confuso", encontrando-se agora a recuperar de uma cirurgia em Barcelona e com vontade de dizer à mulher e três filhos que está bem.
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Residente em Andorra há mais de um ano e a trabalhar para a empresa Unifor, Fernando Pereira ficou ferido com gravidade quando parte da estrutura da obra do Túnel Dos Valires desabou, tendo sido transferido do Principado para o Hospital Vall d'Hebron.
À chegada ao hospital catalão, apresentava um traumatismo craniano e maxilofacial. Foi operado sábado à noite de urgência na unidade de Traumatismo e neste momento está fora de perigo, apesar de o seu prognóstico ser considerado grave.
Em declarações à Lusa, por telefone, Fernando Pereira disse que a plataforma cedeu quando os trabalhadores se prontificavam para deitar o betão sobre o tabuleiro.
"Foi tudo muito rápido e muito confuso. Não tive tempo de ver nem ouvir nada. Senti como me doía a cabeça, o ouvido e a perna direita", descreveu.
O trabalhador português, de 40 anos, lembra-se que quando parte do túnel desabou ele usava o capacete de segurança e começou a ouvir muitos gritos.
A viagem de ambulância para Barcelona tornou-se eterna, "parecia que nunca mais tinha fim", tendo em conta que sentia "muitas dores".
A intervenção cirúrgica, disse, "correu bem", agora "é preciso ver a recuperação que os médicos dizem que vai demorar um bocadinho".
"Ninguém se pôs em contacto comigo", disse Fernando Pereira. "Gostaria de falar com a minha mulher e os meus três filhos e dizer que estou bem", explicou.
O trabalhador ignora a dimensão da tragédia no Túnel Dos Valires e desconhece que alguns dos seus colegas faleceram.