O cardeal escocês Keith O'Brien, que se demitiu na segunda-feira do cargo de arcebispo, devido a acusações de conduta indecente, reconheceu este domingo ter tido um "comportamento sexual" inapropriado, e pediu "perdão às pessoas que ofendeu".
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"As últimas duas acusações que foram feitas contra mim tornaram-se públicas. No início, contestei-as devido ao seu caráter anónimo e impreciso. Agora, quero aproveitar a oportunidade para reconhecer que o meu comportamento sexual ficou, por vezes, aquém dos padrões que se esperariam de um padre, de um arcebispo e de um cardeal", declarou o alto dignitário, em comunicado.
"Àqueles que ofendi, apresento as minhas desculpas e peço perdão. " Igreja Católica e ao povo da Escócia, também peço desculpa", acrescentou o mais velho clérigo britânico da Igreja Católica, com 74 anos.
As declarações surgem após a publicação, a 24 de fevereiro, no jornal britânico "The Observer", de um artigo em que três padres e um ex-padre acusavam o cardeal O'Brien de ter tido "comportamentos indecentes" para com eles, a partir dos anos 1980.
Um padre queixou-se de ter sido vítima de atenções indesejadas por parte do cardeal, após um serão "bem regado".
Um outro afirmou que O'Brien aproveitava as orações noturnas para ter atitudes impróprias.
O cardeal negou, então, tais acusações, mas um dia após a sua divulgação, anunciou, todavia, a demissão do cargo de arcebispo de Saint Andrews e Edimburg, na Escócia, e decidiu renunciar à participação no conclave destinado a eleger o sucessor do papa Bento XVI.